CartaCapital
Inspirado pelo texto de Paulo Henrique Amorim,
que reproduzimos neste site, faço um adendo à decisão da Justiça
Federal de livrar o banqueiro Daniel Dantas do crime de espionagem e
formação de quadrilha no caso Kroll.
O Brasil é um país onde crimes não têm mandantes e corrupção não tem corruptores, só corruptos.
Relembrem a dificuldade em levar a júri os fazendeiros que contrataram o
assassino de Dorothy Stang, como se o matador tivesse acordado um dia e
decidido por livre e espontânea vontade prestar um “serviço público:
livrar os pobres fazendeiros paraenses da religiosa cri-cri.
O mesmo se dá agora. Certamente o pessoal da Kroll condenado pela
Justiça decidiu espionar os desafetos e concorrentes de Dantas à revelia
(quem sabe contra a vontade) do banqueiro. Imagino a cena: o dono do
Opportunity exige de forma veemente que os serviços sejam prestados
dentro dos limites da lei, mas acaba enganado pelos inconfiáveis
arapongas, ávidos por bisbilhotar a vida de gente que eles mal conhecem.
A inocência é uma característica da beatitude – e serve bem à intenção
de muitos de transformar Dantas em um santo.
Por fim: basta qualquer investigação, no Congresso ou na Polícia
Federal, se aproximar dos nomes dos corruptores privados para que a
apuração seja sumariamente enterrada. Esta é, aliás, a forma mais
eficiente de acabar com uma CPI.
Sintonia Fina
- O Esquerdopata
Sintonia Fina
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