O Sintonia fina reproduz texto do Conversa Afiada...
Caetano Veloso (breve terá direito a dois “ll”e será “Velloso”) foi promovido à dobra de cima da capa do Globo.
É a gloria !
Está entronizado no PiG (*) de forma irrecuperável e o próximo passo será a Academia.
De Letras.
A Academia do Oscar fica para o Carlinhos Brown.
Na página dois do segundo caderno, Velloso escreve uma crônica de titulo “Mentira”.
Trata-se,
na verdade, de uma citação de notável colonista (**) do PiG (*) de São
Paulo, Gilberto Dimenstein, que disse ser a Bahia “uma mentira”.
Dimenstein é colonista (**) da Folha (***) e da CBN (um dia, o Velloso chega lá).
Ele faz colonas (**) sobre São Paulo.
No
Globo de hoje, na página três, o próprio Globo mostra a indústria
paulistana de transformar adolescentes nordestinos em travestis para os
pontos de prostituição dos bairros nobres de São Paulo: Ibirapuera,
Avenina Indianópolis e, se quiser, pode ir ao Jockey também, na porta do
Morumbi.
Mas, para Dimenstein, São Paulo é uma Lucerne, aprazível cidade Chuiça (****).
Velloso tecla nas notas que atingem o ponto mais profundo da alma da elite anti-nordestina de São Paulo.
Escreveu a colona na quinta feira, quando ainda o Globo e o PiG incitavam a greve e agrediam a segurança nacional.
Quando mandou a colona para o Globo, a greve já tinha acabado.
“Mentira”, se houve, foi a dele.
Mas, ele toca na tecla do Jacques Wagner sindicalista.
Que estava em Cuba quando a greve estourou.
E que não teve a “força de personalidade” (sic) para impedir um motim que, segundo, Velloso, todos sabiam que ia acontecer.
Ele gostaria que estivesse no comando um Luiz Eduardo Soares, que Lula mandou embora em nome da eficiência.
Falava muito e agia pouco.
Mas,
Soares faz parte daquele núcleo que vê a questão da Segurança da
perspectiva do José Padilha – outra tecla que atinge a alma da elite
como um dardo de cupido.
Velloso fala mal de José Dirceu.
Violinos ao fundo.
Dá
uma leve guinada, intelectualizada, exibicionista, à esquerda, para se
mostrar “legítimo”- e diz que os amotinados da Bahia tinham a “alegria
espontânea” de “Eles não usam black-tie”.
Nem o Zuenir Ventura seria capaz de tal disparate.
Coitado do Guarnieri, comunista até o fim.
Velloso gostaria que o Brasil adotasse a tecnologia de Hoover – sem o Leonardo Di Caprio e sua maquiagem.
Ou seja, os dossiês, as cartas falsas da manipulação do PiG (*)
Derrama lágrimas copiosas com um furto à casa de Iemanjá.
(Aí, a elite paulistana pode franzir o cenho. Não se recomenda tratar de religiões de origem africana num jantar no Fasano.)
Velloso evoca o grande brasileiro Wando.
Oh !, Wando !
E termina por orar aos céus, com as calcinhas do Wando entre os dedos da mão, para que Aécio Never seja presidente !
Como isso jamais acontecerá, é provável que Velloso jamais volte à Bahia.
Talvez seja obrigado a morar numa daquelas mansões que dão para a arquitetura fascista do Jockey de São Paulo.
E
testemunhe adolescentes baianos à espera de um quatrocentão paulista, a
bordo de uma Land Rover, disposto a pagar R$ 100 por uma ida ao motel.
Clique aqui para ouvir notável colonista da CBN sobre o circuito Barra-Olinda, por onde passará o trio elétrico do Velloso.
Em tempo: liga o amigo navegante Mauricio: o Caetano
tem saudades do “Iluminismo” do ACM. Se ele voltar à Bahia ninguém vai
perceber. Nem lá nem cá.
Paulo Henrique Amorim
Sintonia Fina
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