José
Serra, o derrotado presidenciável tucano, começou o ano furioso,
irritadiço. Numa solenidade hoje (10) no Instituto do Câncer de São
Paulo, ele foi ríspido com os jornalistas ao responder sobre o pedido
protocolado na Câmara Federal de abertura de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) para apurar os crimes cometidos no processo de
privatizações das estatais no triste reinado de FHC.
Acompanhando
o governador Geraldo Alckmin, o papagaio de pirata primeiro disse
desconhecer o pedido de criação da CPI apresentado pelo deputado
Protógenes Queiroz (PCdoB) - que colheu 185 assinaturas em pleno final
do ano, 14 a mais do que o mínimo constitucional de um terço dos 513
deputados. Na seqüência, mais agressivo, atacou: "Não foi instalada
nenhuma CPI ainda... Isso é tudo palhaçada, porque eu tenho cara de
palhaço, nariz de palhaço, só pode ser palhaço".
Episódio confirma desespero
Segundo
o jornalista Raoni Scandiuzzi, da Rede Brasil Atual, José Serra se
mostrou incomodado com as perguntas. Depois de criticar a "palhaçada",
ele se afastou bruscamente dos repórteres "sem responder aos outros
questionamentos sobre o tema". O episódio confirma que o ex-governador
está apavorado com os desdobramentos da CPI, que tem como fonte
principal o livro de Amaury Ribeiro, "A privataria tucana".
A
obra, que já vendeu mais de 100 mil exemplares, apresenta inúmeros
documentos, obtidos na Justiça, que comprovam a lavagem de dinheiro e
outras maracutaias ocorridas durante o processo de privatização das
estatais. O ex-ministro José Serra aparece como o maior beneficiário do
esquema de corrupção. Sua filha, seu genro, seu primo e seu
ex-tesoureiro de campanha seriam os pivôs dos crimes das privataria.
Ex-todo-poderoso no picadeiro
Serra
garante que não tem "cara de palhaço ou nariz de palhaço", mas a sua
atitude intempestiva deve ter rendido algumas gargalhadas - inclusive
junto ao "fogo amigo" no interior do PSDB. O ex-todo-poderoso tucano
adora brandar pela abertura de CPIs e se travestir de vestal da ética.
Agora, diante da possibilidade de apuração do "maior assalto ao
patrimônio público" da história do Brasil, ele perde o rebolado. Ele
finalmente está na picadeiro!
Sintonia Fina - Altamiro Borges
via Com Texto Livre
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"O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter"
(Cláudio Abramo)
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