24 de abr. de 2013

DESINFORMAÇÃO: A influência da mentira no funcionamento da Economia. É nisso que a imprensa brasileira aposta



Tuíte falso tumultua bolsas americanas Mensagens enviadas por hackers informando explosões na Casa Branca derrubam os preços das ações e fazem o dólar disparar.


Bolsa de Nova York chegou a cair 50 pontos em apenas três minutos Washington e São Paulo — Hackers invadiram ontem uma conta da agência de notícias Associated Press (AP) no Twitter, por meio da qual transmitiram uma falsa mensagem sobre duas explosões na Casa Branca, que abalaram, por alguns momentos, os mercados financeiros dos Estados Unidos.

A conta oficial @AP informou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, havia ficado ferido nos ataques. Paul Colford, porta-voz da AP, rapidamente confirmou que os tuítes eram falsos, mas bastaram três minutos após a divulgação do trote para que as bolsas de valores dos EUA despencassem, numa situação descrita por um operador como “puro caos”. O Índice Dow Jones chegou a desabar mais de 50 pontos (veja gráfico).

A mensagem foi divulgada pouco depois das 13h (horário de Washington, 14h em Brasília). Logo depois, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, anunciou que Obama estava bem. Os mercados se recuperaram rapidamente, assim que a falsa mensagem foi retirada do ar. Alguns operadores disseram que o tombo dos mercados refletiu o comportamento de operações informatizadas, que são disparadas automaticamente. A AP tem duas contas no Twitter, chamadas @AP e @AP_Mobile.

Um grupo que se intitula Exército Eletrônico Sírio e diz apoiar o presidente daquele país, Bashar al Assad, em uma guerra civil iniciada em 2011, usou a sua própria conta do Twitter para assumir a responsabilidade pelo boato. O FBI, a Polícia Federal dos EUA, informou que estava investigando como os hackers conseguiram invadir a conta da AP. O Twitter disse que não comentaria o caso específico da AP. Críticos dizem que o site tem falhas no seu sistema de segurança que facilitam invasões desse tipo.

O abalo não impediu Wall Street de fechar a terça-feira com alta de 1,05%, nos 14.719 pontos. “Foi um dia tenso. O problema é que as pessoas sofrem de excesso de informações e tendem a reagir excessivamente e não esperam que as coisas ganhem substância. Esse é o lado negativo do ciclo de notícias 24 horas por dia, sete dias por semana”, disse o diretor de gestão do Seaport Securities, Jason Weisberg. “Se você quer preços instantâneos, se quer todas as vantagens da tecnologia, então tem de conviver com o lado negativo que toda a velocidade de informação e a conveniência geram”, frisou.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F&Bovespa), também o dia foi de valorização, apesar do vaivém internacional. Principal índice do mercado, o Ibovespa subiu 1,08%, para os 54.884 pontos. Foi a quarta alta seguida, puxada, desta vez, pela ações da Vale e da Petrobras. “Nossa Bolsa abriu devagar hoje e foi ganhando força ao longo do dia, seguindo os mercados externos”, afirmou Luiz Roberto Monteiro, operador de rendavariável na Renascença DTVM.

No mercado de câmbio, o dólar alcançou o nível mais alto ante o real desde o fim de janeiro, num dia marcado pela volatilidade, após dados econômicos fracos levantarem dúvidas sobre a força da recuperação global. Durante a tarde, a moeda chegou a ultrapassar brevemente o patamar de R$ 2,03 —considerado pelo mercado como o teto da banda informal do Banco Central para a divisa —, depois do tuíte falso sobre explosões na Casa Branca. “O mercado está muito suscetível a notícias ruins, e lá fora não tem ajudado”, disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. O dólar avançou 0,19%, cotado a R$ 2,024, o maior preço desde 25 de janeiro último.


SINTONIA FINA - @riltonsp

com Aposentado Invocado


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