11 de abr. de 2013

A GLOBO E SEU MODO "SUTIL" E "CANALHA" DE PEDIR A ALTA DOS JUROS


Em vez de pendurar uma melancia no pescoço, a apresentadora Ana Maria Braga colocou um colar de tomates e disse estar usando uma "joia"; capa desta quinta-feira do jornal O Globo reforça o pedido por juros maiores; no entanto, sinais da economia são contraditórios, o que dificulta a ação do Banco Central e de seu presidente, Alexandre Tombini; vendas no varejo caíram 0,4%...


A próxima reunião do Comitê de Política Monetária será decisiva. Nos dias 16 e 17 de abril, os diretores do Banco Central avaliam se a taxa básica de juros, a Selic, deve subir para frear a economia e conter a inflação, que ultrapassou momentaneamente o teto da meta, fixado em 6,5%.
A pressão para que os juros subam, como se sabe, é intensa e tem motivações não apenas econômicas, mas também políticas. Uma economia em ritmo ainda mais lento poderia retirar da presidente Dilma Rousseff seu maior trunfo eleitoral, que é o desemprego ainda muito baixo e nos menores níveis da história recente.
Do time que trabalha pela alta dos juros, há banqueiros, economistas, colunistas de jornais e, agora, uma apresentadora de televisão. É Ana Maria Braga, que, na Globo, apresenta o programa de variedades "Mais você". Ontem, ao vivo, ela decidir aparecer não com uma melancia no pescoço, mas com um colar de tomates. Disse estar usando "uma joia".
Foi assim, com a sutileza de um elefante, que a Globo decidiu reforçar a campanha pela alta dos juros num programa voltado a donas de casa. 
No entanto, a decisão de abril do Copom será das mais difíceis. Embora a inflação tenha superado o teto da meta, a própria colunista Miriam Leitão, também do Globo, reconhece que é um fenômeno apenas momentâneo. Os preços de alimentos começam a cair e as vendas no varejo, um bom termômetro da atividade econômica, recuaram em fevereiro.
Leia, abaixo, notícia da Reuters sobre a retração do varejo, que acaba de ser divulgada:
Vendas no varejo brasileiro caem 0,4% em fevereiro--IBGE
quinta-feira, 11 de abril de 2013 09:04 BRT
RIO DE JANEIRO, 11 Abr (Reuters) - As vendas no varejo brasileiro tiveram queda de 0,4 por cento em fevereiro ante janeiro e, sobre um ano antes, caíram 0,2 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Analistas ouvidos pela Reuters previam que as vendas subiriam 1,2 por cento em fevereiro ante janeiro, segundo a mediana das projeções de 21 economias. As contas variaram de zero a 2,80 por cento de alta.
Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a expectativa era de alta de 3,65 por cento de acordo pela mediana de 20 projeções, com as projeções ficando entre 1,30 e 6,50 por cento.
- com 247

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