Depois de classificar Oscar Niemeyer, no dia de sua morte, como “metade gênio, metade idiota”, ganhando, assim, o apelido de “rola-bosta”, o blogueiro enrustido e 100% paranóico Reinaldo Azevedo agora define o ex-líder venezuelano como 100% idiota...
Em Reinaldo Azevedo, blogueiro neocon do esgoto Veja, o apelido “rola-bosta”, conferido por Leonardo Boff no dia em que o jornalista definiu Oscar Niemeyer como “metade gênio, metade idiota”, grudou feito tatuagem. Insatisfeito com a notoriedade, Reinaldo agora repete a argumentação, para sustentar que Hugo Chávez era 100% idiota. Leia abaixo:
Não! Chávez não era metade gênio e metade idiota. Era cem por cento idiota, além de comandar um governo infiltrado pelo terrorismo e pelo narcotráfico
A morte de Hugo Chávez revela que estamos vivendo dias um tanto sombrios. Os valores da democracia estão em crise. Basta ler o noticiário para constatá-lo. Chego à conclusão de que os idiotas e os simpatizantes de tiranias supostamente virtuosas estão no comando de alguns veículos da imprensa, ainda que eles próprios dependam vitalmente da liberdade. Por que escrevo isso? Vamos ver.
A antiga pauta de esquerda — a revolução socialista — foi definitivamente aposentada. Assumiu, ao longo do tempo, uma nova configuração, bem mais fragmentada. Vivemos sob o signo da reparação das chamadas “injustiças históricas”: com os pobres, com os negros, com os indígenas, com as mulheres, com os gays, com os quilombolas, com a natureza… Escolham aí. A cada pouco surge uma nova “minoria” — sociologicamente falando — disposta a impor a sua pauta como precondição para a justiça universal. É evidente que não tenho nada contra a justiça, ora bolas! Por que não seria eu também um homem tão bom quanto os ciclistas, por exemplo? É claro que sou! É alguém me falar do bem, do belo e do justo, e estou dentro, estou com os bacanas.
Se todo mundo quer um mundo perfeito, não serei eu a ficar fora dessa festa. A questão é saber como essas reparações todas serão realizadas no âmbito da democracia, de uma sociedade de direito, que respeite os direitos individuais. Governar com ditadura é fácil; com democracia é que é o “x” do problema.
Cansei de ler nestes dois dias alguns raciocínios perigosos. Eles consistem basicamente na aceitação tácita de que a melhoria de alguns indicadores sociais na Venezuela — e houve — estão atreladas ao “modelo” inventado por Hugo Chávez. O desemprego, com efeito, caiu de 14,5% em 1999, quando ele chegou ao poder, para 8% no ano passado. Mas também chegou a 18% em 2003, no seu quinto ano de governo. Já a inflação era de 29,9% em 1998, quando ele foi eleito pela primeira vez, e chegou a 33% no ano passado. O seu menor índice foi em 2001, com 12%. O IDH subiu de 0,656 para 0,735 em 2011 e passou, por exemplo, o do Brasil.
Não é segredo para ninguém que Chávez usou o dinheiro farto do petróleo para empreender um forte programa assistencialista. E é esse assistencialismo que garante a adesão entusiasmada dos mais pobres a seu governo. Também é claro as ditas elites tradicionais da Venezuela estavam entre as mais corruptas e socialmente insensíveis do mundo — o que acaba facilitando a emergência de líderes com o seu perfil. Vale para a Venezuela, a Bolívia, o Equador… Mas a rapacidade das ditas-cujas justifica o modelo bolivariano?
Chávez tomou, sim, iniciativas que minoraram o sofrimento dos mais pobres. Isso não está em debate. A questão é saber por que ele precisava da ditadura. A questão é saber por que ele precisava apelar a um regime de força. Essas perguntas não têm resposta porque simplesmente a pantomima bolivariana era desnecessária. Lula também tentou impor alguns instrumentos de exceção no Brasil. Não conseguiu — não ainda ao menos. E nada impediu o petismo de levar adiante a sua lenda e blá ... blá... blá...
Difícil de aturar....
Sintonia Fina
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