12 de fev. de 2013

PROPINA DE R$ 1,2 BI ASSOMBRA JOBIM



Um escândalo de proporções gigantescas, que envolve o segundo maior grupo industrial da Itália, a Finmeccanica, da área de Defesa, pode desaguar no Brasil. Foi preso, nesta terça-feira, o executivo Giuseppe Orsi, presidente do grupo, acusado de comandar um esquema de corrupção internacional na venda de fragatas e outras embarcações militares para as marinhas de países em desenvolvimento.
A determinação do juiz Bruno Arsizio ocorreu depois da comprovação do pagamento de propina a oficiais do governo indiano para a venda de 12 navios. No curso das investigações, no entanto, o Brasil também foi citado. Segundo uma testemunha, o projeto ProSuper, da Marinha brasileira, que previa a compra de várias fragatas italianas, envolvia o pagamento de uma propina de 550 milhões de euros (mais de R$ 1,2 bilhão) – e ex-ministro Nelson Jobim, da Defesa, foi citado como um dos beneficiários.
A propina corresponderia a 11% da encomenda total, avaliada em 5 bilhões de euros. A testemunha que envolveu Jobim no caso é Claudio Scajola, um ex-ministro do governo Berlusconi. “É verdade que encontrei o ministro da Defesa, Jobim. Na Itália, havia crise e tentei vender as embarcações. Era meu dever ajudar”, afirmou Scajola. Jobim, no entanto, nega que tenha havido qualquer tipo de negociação ilícita. “Nunca chegamos a falar de um tema como esse”, afirmou ao jornal italiano La Stampa. “Não sei o que fizeram os italianos. 

Só sei que o projeto ProSuper, que previa a aquisição por parte da Marinha brasileira de fragatas com a transferência de tecnologia, foi cancelado por questões fiscais. Além disso, os italianos tinham de encontrar um parceiro brasileiro e não conseguiram.”
Leia, aqui, a notícia de hoje do Corriere dela Sera sobre a prisão do presidente da Finmeccanica, e, abaixo, a primeira notícia, sobre o envolvimento de Jobim no caso:
ESCÂNDALO DE CORRUPÇÃO ENVOLVE JOBIM NA ITÁLIA
Ex-ministro da Defesa no governo Lula, além de ex da Justiça na era FHC e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim é citado em acerto para a compra de 11 fragatas italianas; segundo a promotoria de Nápoles, comissão seria de 11%, num negócio de 5 bilhões de euros, intermediado pelo político italiano Claudio Scajola, mas que não saiu porque as relações entre Brasil e Itália esfriaram com o caso Cesare Battisti. Total da propina prometida: R$ 1,4 bilhão
25 DE OUTUBRO DE 2012 ÀS 07:17

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