*****
Para que serviu a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) às vésperas da eleição para a presidência da Casa?
Apenas para que os senadores do PSDB, alinhados com a chamada "opinião pública", pudessem desembarcar da sua candidatura. De efeito prático, nada.
Renan deverá ser eleito e o ministro que relata a representação no Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, não tomará qualquer decisão antes da eleição prevista para sexta-feira. Leia, abaixo, na coluna de Vera Magalhães, na Folha:
Para as calendas - VERA MAGALHÃES - PAINEL
A denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, contra Renan Calheiros (AL) não terá efeito prático capaz de impedir a eleição do peemedebista à presidência do Senado.
A peça só será analisada pelo relator do caso no STF, Ricardo Lewandowski, após a abertura do ano judiciário, quando irá se juntar a outros 5.000 processos na mesa do ministro. Gurgel não pediu nenhuma medida cautelar, o que forçaria a corte a analisar a peça ainda durante o recesso.
Desembarque Após a denúncia de Roberto Gurgel, tucanos procuraram o senador alagoano para avisar que não votarão nele. O PSDB quer blindar Aécio Neves da repercussão negativa e atribuir a Dilma Rousseff e ao PT sua hoje provável eleição.
No muro Embora a decisão da bancada tucana tenha ficado para amanhã, Aloysio Nunes (SP) propôs que os colegas optem pela abstenção.
Fla-Flu Se votar contra Renan, o PSDB deve ficar sem cargo na Mesa Diretora. Aliados do peemedebista criticam os tucanos por levar a "luta politica" para o Senado.
Cacto A determinação de Renan em voltar ao posto ao qual renunciou no escândalo de 2007, a despeito da denúncia do Ministério Público, lhe rendeu na cúpula do PMDB o apelido de Mandacaru: tem casca dura, espinhosa e à prova de intempéries.
Sintonia Fina
- com 247