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Por Altamiro Borges
A crescente onda de violência de São Paulo abalou de vez a falsa imagem de que os governos tucanos, hegemônicos no estado há quase duas décadas, avançaram no quesito segurança pública. Nas últimas semanas, arrastões em restaurantes e condomínios de luxo, aumento dos homicídios, assassinatos de policiais e incêndios de ônibus causam pânico e apreensão na população paulista.
A própria mídia, que faz de tudo para blindar o PSDB e que vivia divulgando índices positivos de combate à criminalidade, já deu o braço a torce. As cenas de violência inundam a telinha, com discursos hidrófobos de estímulo à vingança. Estadão e Folha, dois jornais que atuam como porta-vozes do tucanato, também estão preocupados.
As principais vítimas da barbárie
Em seu editorial do hoje, a Folha estampa: “São Paulo apreensiva”. Para o jornal, “não há dúvida”; o estado “vive uma onda de violência”. O diário da famiglia Frias, apesar de elogiar os “progressos notáveis na área de segurança pública na última década” – em mais uma bajulação servil de José Serra e Geraldo Alckmin –, confirma que os governos tucanos perderam o controle.
Também apreensivo, o Estadão adverte para o aumento do número de homicídios e roubos. Suas reportagens confirmam que as maiores vítimas da barbárie são os moradores da periferia, sempre tão carente e abandonada – e não os ricaços das áreas nobres. Na noite de ontem, o 11º ônibus foi incendiado, desta vez pelos próprios moradores do Capão Redondo, na zona sul capital.
Segundo o Estadão, os moradores se revoltaram porque a Polícia Militar impôs toque de recolher e um jovem foi assassinado. No Parque Bristol, também nesta carente região, as famílias de trabalhadores são humilhadas, confundidas com os bandidos. O toque de recolher no bairro foi imposto pela temida Força Tática da PM. O clima é de medo na periferia paulistana.
Diante do caos na segurança, as autoridades “tucanas” apresentam como única solução o aumento da repressão. “Os criminosos serão presos. E, se enfrentarem a polícia, eles vão levar a pior. Essa é a ordem e o governo não retrocede um milímetro nesse trabalho”, esbraveja o governador Geraldo Alckmin, em sua linguagem bélica. Não há qualquer autocrítica pelo colapso do setor.
O secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, não consegue explicar o caos e a ineficiência da sua pasta – causada, entre outros fatores, pela falta de planejamento estratégico e de investimentos no setor. E nem parece muito preocupado. Em plena explosão de violência, ele tirou férias e viajou para o exterior na companhia do seu filho. Talvez tenha sido contaminado pelo marketing que São Paulo é um paraíso!
Sintonia Fina
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