Após fumo, projeto na Assembleia Legislativa de São Paulo veta álcool na rua. Se aprovado, ficarão proibidos venda e consumo em lugares como praias e calçadas
Já
não se pode fumar, formar blocos de carnaval, tocar instrumentos
musicais ao ar livre, manifestar-se politicamente em espaços públicos,
expor suas idéias políticas sem sofrer algum tipo de cerceamento.
Daqui a
pouco não será mais permitido expor suas preferências sexuais em
público, expor sua linha político-ideológica, reunir-se com mais de três
pessoas em espaço público sem ser molestado pela repressão,
organizar-se em movimentos políticos não alinhados a elite dominante...
Daqui a pouco não será possível respirar em São Paulo. Daqui a pouco, o
único caminho que restará a aqueles que não se submetem a direita será
migrar para outro estado...
Reportagem R7
Depois
de proibir o fumo em ambientes fechados no Estado, a Assembleia
Legislativa deve apresentar na próxima semana um novo projeto de lei que
já tem causado polêmica em São Paulo. Agora, os deputados vão discutir a
proibição da venda e do consumo de álcool nos espaços abertos.
Caso
o projeto de autoria de Campos Machado (PTB) seja aprovado e sancionado
por Geraldo Alckmin (PSDB), ficarão proibidos a venda e o consumo de
bebida alcoólica em ambientes públicos, como praias, calçadas, postos de
gasolina e estádios, entre outros lugares.
Como
ocorre em províncias canadenses e Estados americanos, ainda haverá
restrição ao porte de bebida nas ruas. Carregar garrafas só será
permitido em público com embalagens que escondam o rótulo.
Campos tem corrido atrás de apoio. Ele mandou cartas para senadores e deputados de todo o Brasil.
-
Queremos criar um clima de apoio na sociedade antes de aprovar o
projeto. Vereadores e deputados de outros Estados já entraram em contato
para apresentar projetos semelhantes.
O
debate em torno do tema começou desde que o deputado fez os primeiros
discursos em defesa do projeto na Assembleia, na semana passada. Na
quarta-feira (29), um grupo de jovens criou no Facebook a página Sampa
Pró-Fun, atualmente com 71 integrantes, que passou a discutir algumas
das restrições já existentes em São Paulo.
A
empresária Mariana Moretti, dona do Ô de Casa Hostel, na Vila Madalena,
na zona oeste, foi uma das criadoras do grupo. Ela também é integrante
do bloco carnavalesco João Capota na Alves, que sai há cinco anos pelas
ruas do bairro. No sábado de Carnaval, cerca de 2.500 pessoas estavam
presentes, mas o bloco foi impedido de seguir.
São Paulo está ficando restritiva àqueles que usam as ruas da cidade. Lutamos para reverter esse quadro.
Sintonia Fina
- Capacete
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