O Estado de São Paulo governado pelo PSDB vai na contramão do governo
federal e elevará os impostos estaduais de eletrodomésticos e
eletrônicos em 2012. O aumento de tributos será feito de forma indireta.
O governo aprovou no último dia 27 uma nova tabela do IVA (Índice de
Valor Agregado), que serve de base para o cálculo do ICMS no regime de
substituição tributária. Para a maioria dos produtos, os novos valores
entram em vigor amanhã.
Contra medidas na crise
Coincidência ou não, mais uma vez o
governo paulista atua na contramão do governo federal.Em2009, enquanto o
governo do ex-presidente Lula desonerava do IPI os produtos da linha
branca, como forma de incentivar o consumo na crise, José Serra, então
governador de São Paulo, fazia exatamente o contrário.
O Estado de Sao Paulo,governado pelos
tucanos incluiu os mesmos produtos que a União desonerou no regime de
substituição tributária, o que representou aumento de carga. Na época,
até o ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou publicamente a
medida.
Governo Dilma baixa imposto de linha branca: fogão, geladeira e lavadora....
O consumidor que for comprar eletrodomésticos hoje irá encontrar produtos de linha branca com preços até 20% menores. Isso porque fogões, refrigeradores, e máquinas de lavar roupa tiveram o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzidos ontem pelo governo. O corte na tributação vai, em geral, de 4 a 10 pontos porcentuais, mas no caso dos tanquinhos, a alíquota foi zerada.
A medida faz parte de um
pacote para estimular o consumo neste final de ano e reaquecer a
economia. “O governo(federal) resolveu tomar medidas de efeito direto
para aquecer a economia, mais do que a redução da taxa básica de juros, a
Selic, na quarta-feira. É uma preocupação com a crise econômica
internacional, que poderá gerar recessão econômica em 2012”, explica
José Roberto Savoia, professor do Laboratório de Finanças da Fundação
Instituto de Administração
O pacote também chega até o prato dos brasileiros: o PIS/Cofins das massas alimentícias – como o macarrão – caiu de 9,25% para zero. Já o trigo, a farinha e o pão francês ganharam isenção extra por mais um ano.
Outra ação adotada pelo governo foi a redução da alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 3% para 2,5% ao ano para o crédito para pessoa física.
O pacote também chega até o prato dos brasileiros: o PIS/Cofins das massas alimentícias – como o macarrão – caiu de 9,25% para zero. Já o trigo, a farinha e o pão francês ganharam isenção extra por mais um ano.
Outra ação adotada pelo governo foi a redução da alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 3% para 2,5% ao ano para o crédito para pessoa física.
Governador
de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) eleva imposto de fogão,
geladeiras, celulares, e mais diversos produtos eletrodomésticos e eletroeletrônicos
Dos 90 itens contemplados pela mudança, 76 deles terão elevação do imposto estadual. Entre eles estão fogão, geladeira, celulares, micro-ondas, TV de tubo e plasma.
Alguns componentes terão redução de imposto - 14 no total, entre eles,
câmeras digitais e TVs de LCD. Em média, os valores do IVA subiram 20%. O
impacto desse reajuste no aumento efetivo de impostos depende da
alíquota do ICMS de cada produto.
No caso da linha branca, a nova
tabela terá outro cronograma. Para os produtos beneficiados pela redução
do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), concedida em dezembro
pelo governo federal, a mudança vale a partir de 1º de abril.
No sistema de substituição
tributária, a indústria paga o tributo do varejo antecipadamente. Para
calcular o imposto devido por toda a cadeia, das fábricas às lojas, o
governo estabelece uma margem de valor, o IVA, com uma estimativa do
preço final do produto ao consumidor. É sobre esse valor que incide a
alíquota do ICMS. Então, quanto maior o IVA, maior será o imposto
cobrado . "É um aumento indireto de impostos. O governo eleva a
arrecadação sem mexer na alíquota do ICMS", explica o advogado
tributarista Eduardo Diamantino.
Um fabricante de celular, por exemplo, pagará cerca de 6% mais de ICMS no Estado de SP, segundo estimativas do escritório Diamantino Advogados.
Com todos os impostos, um aparelho que sai da indústria por R$ 800
neste ano, custaria R$ 998 após o pagamento de impostos, mas custará R$
1.110 com a nova tabela.
Reação.
A decisão desagradou o
empresariado. "Pode haver aumento de preços ao consumidor", disse o
presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica
(Abinee), Humberto Barbato. Segundo ele, o repasse dependerá do
aquecimento da economia. Para Barbato, o aumento de impostos é
"inoportuno". O momento, a seu ver, é de estimular a economia e não
atribuir um ônus maior às empresas.
Capital de giro.
O primeiro impacto da mudança no
IVA será a necessidade de a indústria e o comércio captarem mais
capital de giro para pagar um valor maior de ICMS. "Essa medida é
prejudicial à indústria", conclui Barbato. Segundo ele, a Abinee vai
avaliar as alterações no início do ano e pode recorrer.
Para José Maria Chapina,
presidente do conselho de assuntos tributários da Federação do Comércio
do Estado de São Paulo (Fecomércio SP), a mudança na tabela do IVA não
se sustenta. "Não tem sentido cobrar o imposto sobre um IVA tão
elevado", argumenta Chapina. Ele afirma que a decisão visa apenas um
aumento da arrecadação do governo paulista.
A Fecomércio já questiona na
Justiça o sistema de substituição tributária. Agora, a entidade vai
voltar a carga contra a medida. Chapina diz que a nova tabela é "uma
violência tributária", pois ela financia o Estado. "Se antes já era um
confisco antecipado de imposto, agora ficou ainda pior com o aumento da
carga."
Insegurança tributária.
Mas o principal problema de
mudanças nos parâmetros da substituição tributária, como a que entrará
em vigor amanhã, é que elas geram insegurança entre os empresários,
afirmou o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento
Industrial (Iedi) Júlio Gomes de Almeida.
"Muitos empresários têm me dito
que, nos planos de investimentos que eles fazem, já passaram a levar em
conta a insegurança tributária em São Paulo."
Para ele, São Paulo já está em
desvantagem na guerra fiscal entre Estados para atrair investimentos.
Com a mudança na tabela, disse, São Paulo aumentou a insegurança
tributária e deu mais fôlego para outros Estados. Do Estadão.
Sintonia Fina
Amigos do Presidente Lula
"O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter"
(Cláudio Abramo)
(Cláudio Abramo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário