O GLOBO insinua que Rio e Espírito Santo querem deixar de ser Brasil
Saiu no Globo:
Passeata em defesa dos royalties do petróleo do Rio reúne milhares de manifestantes
RIO e BRASÍLIA – A passeata em defesa
dos royalties do petróleo do Rio começou por volta de 17h desta
quinta-feira e reúne cerca de 150 mil pessoas, segundo estimativa da
Polícia Militar. Os manifestantes protestam contra a mudança nas regras
de partilha do petróleo, que pode causar prejuízo de R$ 48,8 bilhões aos
cofres fluminenses. O cordão de isolamento que separava o governador do
Rio, Sergio Cabral Filho, do povo foi rompido e autoridades já se
misturavam no meio da multidão.
Logo em seguida, houve um princípio de
invasão na área vip do protesto. Manifestantes empurraram e derrubaram
as grades de proteção da área reservada para autoridades e celebridades,
na Cinelândia em frente ao Teatro Municipal, causando tumulto no local.
O presidente da Firjan (Federação das
Indústrias do Rio de Janeiro), Eduardo Eugênio, disse que a passeata
“Contra a Injustiça e em Defesa do Rio” é um movimento sem ligações com
partidos políticos e que reúne todos os setores da sociedade.
- O Rio de Janeiro está se movimentado
para ser a capital da reflexão do Brasil. Esse movimento não tem a ver
com partidos políticos, reúne artistas, jornalistas, estudantes e
cidadãos. É uma manifestação contra uma intervenção da União no Rio. Nós
não podemos ficar indiferentes.
A apresentadora de TV Xuxa Meneghel
deixou a doçura de lado ao classificar a atual proposta de redivisão dos
recursos de “assalto”:
- Você gosta de ser roubado, assaltado,
dentro de casa? Não, né? Então, essa é a importância de a gente brigar
para não ser assaltado dentro de casa. Ninguém quer isso. A gente quer
Justiça, sempre. Que se faça Justiça – pediu.
Representantes da Prefeitura de Macaé,
considerada a capital do petróleo, vieram em peso e com uma faixa, onde
estava escrito “O Meio Ambiente precisa da aplicação dos royalties”.
Já a prefeita de Campos, Rosinha
Garotinho, criticou o evento que está sendo feito na Cinelândia. Para
ela, faltou direcionamento político, já que não haverá discurso no
palanque.
- A eficiência do evento eu questiono.
Isso não é para ser um show. O evento não tem um direcionamento
político, a população fica sem saber qual é a importância dos royalties.
É só vir para a Cinelândia? Qual o direcionamento? Me parece que é só
show – indignou-se a ex-governadora.
Sobre a derrubada das grades da área
vip, ex-técnico da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira conta que
passou um sufoco no meio de um empurra-empurra na tentativa de invasão.
- Esse empurra-empurra me pareceu um
jogo do Brasil X Paraguai, no Maracanã em 1979. Tinha muita confusão
também – disse Parreira, lembrando que na época passou a experiência
como torcedor e havia180 mil torcedores no maracanã.
Vieram 650 ônibus do interior do estado
para a passeata. Segundo o diretor de operações da CET-Rio, Joaquim
Dinis, foi feito um planejamento para receber cerca de mil ônibus, mas
como a quantidade foi bem menor, não foi necessário usar todos os
espaços de estacionamento previstos. Ainda segundo Dinis, não há
registro de engarrafamentos nas ruas e avenidas do Centro em função da
grande concentração de pessoas.
- Para a saída dos manifestantes será
adotado o mesmo esquema da chegada, com o deslocamento de 15 ônibus por
vez até a Avenida Presidente Vargas para o embarque dos manifestantes em
direção às cidades de origem.
Levantamento, inédito, foi feito a
pedido do GLOBO pela secretaria de Fazenda do Estado e pelo economista
José Roberto Afonso mostra que o texto do senador Vital do Rêgo
(PMDB-PB) gera um prejuízo de R$ 48,8 bilhões com os royalties aos
cofres fluminenses, que já estarão perdendo R$ 64 bilhões pelas regras
do ICMS para o petróleo e outros R$ 13 bilhões pelo sistema de rateio do
FPE, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A concentração já reúne representantes
da sociedade civil, servidores públicos e personagens folclóricos.
Usando seu corpo como outdoor, Luiz Amâncio, também conhecido como o
“homem do patinete”, está entre os manifestantes.
- Venho aqui desde as “Diretas Já” e não poderia deixar de vir agora para lutar pelo nosso petróleo – disse Amâncio.
Com 63 anos, dos quais os últimos 30
percorrendo a cidade sobre patinete, ele e outros manifestantes
aproveitaram o evento para pequenas performances. É o caso de um
desconhecido, que preferiu não se identificar e estava fantasiado como o
personagem The Flash.
Sintonia Fina
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