No
dia 18 último, o presidente do Metrô foi afastado pela Justiça por
descumprimento de ordem judicial. O caso em questão guardava relação com
a concorrência da linha 5 do Metrô e o prejuízo calculado para o Estado
é de 4 bilhões de reais.
Na
quinta-feira passada, o MP pediu o afastamento do prefeito Gilberto
Kassab por conta de prejuízos calculados em 1 bilhão de reais aos cofres
públicos na licitação do Controlar.
Na sexta, a Justiça determinou nova licitação e bloqueou os bens de Kassab.
Os
jornais de hoje ignoram ambos os casos nas suas manchetes. Um já caiu
no esquecimento (Metrô) e o outro virou nota de rodapé (Controlar).
Algumas
pessoas acham forte a expressão PiG. Consideram-na inadequada por conta
de condenar os veículos de imprensa por um papel que também é deles, o
de fazer oposição.
De fato, seria
exagerado se os veículos comerciais tratassem todos os lados envolvidos
no noticiário político a partir dos mesmos critérios. Ou ao menos de
critérios semelhantes.
Mas como isso está longe de acontecer, chamar os veículos comerciais de PiG não é exagero algum.
Aqui
na Fórum, o Dennis de Oliveira já chamou à atenção para o poder das
empresas que realizam a inspeção veicular em São Paulo neste post que acabou gerando este outro.
Kassab
armou um esquema tão “perfeito” que inclusive se tornou modelo em
outros estados, como no Rio Grande do Norte, onde foi fruto de uma
operação policial (Sinal Fechado) que levou para a cadeia 14 pessoas.
Em
São Paulo, a inspeção que começou a vigir em 2008 teve seu contrato
assinado em 1996, doze anos antes. Ainda na gestão Maluf. Nada,
absolutamente nada, tem prazo de validade tão longo. Concursos públicos,
vestibulares etc, caducam em prazo muito mais exíguo. Por que um
contrato assinado 12 anos antes foi resgatado sem que houvesse
questionamento mídático algum?
Não
é só questão de condescendência com o mal feito. Neste caso o buraco é
mais embaixo. Nesta operação de captura do Estado por setores privados
corruptos e corruptores a mídia comercial faz parte do esquema.
Já foi assim nas privatizações dos anos 90, quando nada era noticiado e nem denunciado.
O
Caso Controlar e o do Metrô não vão ficar nas manchetes porque são os
aliados dos donos dos veículos de comunicação que estão envolvidos nele.
Tanto os grupos empresariais que operam o serviço, quanto os
governantes que o organizam.
É por isso que o PiG é PiG.
Sintonia Fina No Blog do Rovai
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