4 de out. de 2011

Danilo Gentili: “Se Dilma foi presa e torturada, é porque foi estúpida.”

Gentilli: Outro idiota do CQC
confunde humor com baixaria.
Você provavelmente deve conhecer alguém capaz de oferecer um pedestal para um boçal.

Luis Soares em seu Pragmatismo Político

O jornal britânico The Guardian publica matéria essa semana destacando uma possível febre enlouquecida por apresentadores de comédia stand up no Brasil (recuso-me a intitulá-los humoristas). O título da matéria é “Comediantes brasileiros de stand up lideram revolução contra a poderosa elite”, e Danilo Gentilli, integrante do programa CQC e contratado da Rede Bandeirantes de Televisão, é tratado como um dos líderes desse movimento.



Tom Phillips, jornalista que assina a matéria, chega a essa conclusão com base em critérios completamente chulos. Ele acompanhou a performance de Gentili em alguns de seus shows, ficando impressionado com a reação do público que o ovacionou com energia desmedida. Também o impressiona o número de pessoas que seguem Gentili na rede social Twitter. Mas isso bastaria para alçar alguém à posição de, pasmem, líder brasileiro no novo milênio?



Seria preferível levar em conta o perfil da plateia que costuma se encantar com esse tipo de “comédia” nos dias atuais. Sem querer rotulá-los, mas sofrer crise de risos com uma piada que refere-se à tortura de forma banal, é atestado de total desconhecimento da história do Brasil. Transcrevo Gentili: “Um presidente tem de ser esperto. Se ela foi capturada e torturada, é porque foi estúpida”. De acordo com a matéria do Guardian, a frase citada reflete o ápice do show, sendo o momento mais divertido dos 80 minutos de monólogo. Assim reage a claque.



As mesmas pessoas que se divertem com essas colocações de mau gosto são as que também não contiveram o riso quando Rafinha Bastos, amigo de Gentilli, falou pejorativamente de mulheres que amamentam em público, e que ‘mulheres feias devem agradecer ao serem estupradas’. Não, esse público está longe de refletir a realidade nacional, assim como seus famigerados líderes, mais preocupados em enriquecer suas contas bancárias e integrar a elite econômica disseminando baboseiras, do que realmente contrariar uma suposta elite.



Se querem mesmo buscar uma imagem de líder ascendente na América Latina, tomem a chilena Camila Vallejo como exemplo, que encabeça um movimento engajado em mudar a realidade educacional de seu país por meio de propostas consistentes, defendidas sob a ótica da racionalidade e com mobilizações populares de proporções tamanhas que impressionam o mundo, no cotidiano real, do embate, nas ruas.



Nota do Limpinho: O blog reproduz (e assina embaixo) o comentário do professor, jornalista e escritor Gilson Caroni Filho, publicado no domingo, dia 2, em sua página no Facebook, após a notícia do afastamento de Rafinha Bastos do programa CQC: “É tênue a linha que separa o humor da grosseria, da agressividade gratuita, do fascismo adolescente. Está na hora de o velho e bom Chico Anysio reabrir sua escolinha para ensinar ao pessoal do CQC, do Casseta&Planeta e de outros mais que é possível ser engraçado sem cair no reacionarismo, na homofobia e no preconceito de classe.”
Sintonia Fina: Porrada e morte nos dos outros, virou piada...
Se hoje existe uma democracia no Brasil, com certeza,  é e será sempre pela ação de homens e mulheres "estúpidos" como a Presidenta Dilma, mas que amam esse pais.

Um comentário:

loboreporter disse...

Piade de mau gosto e ter Dilma na presidencia.