18 de mai. de 2011

A INFLAÇÃO GALOPANTE DOS PIGs

“Pequeno grupo de terroristas financeiros querem porque querem a volta da inflação” – diz Ipea

 

As instituições financeiras trabalham para "sabotar" as medidas do Banco Central, para conter o crédito e defendem juros mais elevados, focadas apenas em seus "próprios interesses e resultados". A opinião é do coordenador do Grupo de Análise e Projeção do Ipea, Roberto Messenberg. A informação é da Folha Online.


Para Messenberg, o uso de juros maiores como instrumento de política monetária é mais vantajoso para bancos e outras instituições do que as medidas macroprudenciais de restrição crédito - que afetam as operações bancárias "mais rentáveis", ao ampliarem compulsórios e cortarem recursos disponíveis para empréstimos.


Diante dessa discordância, diz, teve início uma campanha para difundir que a "inflação está fora de controle", o que não é, segundo Messenberg, verdade. Para o economista, o patamar mais elevado da inflação neste ano se deve a dois fatores: no mercado internacional, os preços mais altos das commodities (alimentos, minérios e energia) puxam os preços para cima no Brasil; já no cenário doméstico, a pressão vem principalmente do setor de serviços.


"Não há descontrole da inflação. O que há é que muitos querem sabotar [as ações de política monetária do BC]."


Para Messenberg, antes, as instituições financeiras e um grupo "pequeno, mas ativo" de críticos havia tentado fazer "terrorismo" na área fiscal, apontando descontrole nesse campo. Feito o ajuste fiscal do governo, eles perderam "esse argumento" e passaram a centrar fogo na inflação.


O economista criticou, porém, a intensidade e o modo que o ajuste fiscal foi realizado pelo governo, cortando gastos de investimentos - necessários para ampliar o potencial de crescimento da economia brasileira e eliminar o histórico de "voo de galinha" da país, que oscila anos de boa expansão do PIB com outros de baixo incremento.

Sintonia Fina - Cristóvão Feil 

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