Saiu o dado da inflação oficial preliminar, o IPCA-15.
Desmoraliza o PiG (*) e colonistas (**) vibrantes, que, como certos economistas de bancos, previam uma hiper-inflação movida a combustíveis e, logo, um inevitável aumento brutal dos juros.
Surpresa positiva com o IPCA-15 de maio foi explicada pela descompressão mais forte de núcleos e alimentação fora do domicílio
- A surpresa positiva com o IPCA-15 de maio foi explicada, principalmente, pela descompressão mais forte de combustíveis e passagens aéreas, levando, inclusive, a um arrefecimento dos núcleos de inflação. Ainda assim, considerando que o IPCA mostrou elevações mensais relevantes ao longo deste ano, mantemos nossa visão de que a inflação ainda exige monitoramento, mesmo reconhecendo as melhoras nos núcleos. Para os próximos meses, esperamos desaceleração significativa do IPCA decorrente, em grande medida, de efeitos sazonais.
- A alta de 0,70% registrada pelo IPCA-15 de maio seguiu elevação de 0,77% em abril e ficou abaixo do esperado por nós (+0,77%) e pelo mercado (+0,74%), acumulando variação de 6,44% nos últimos 12 meses (ante 6,51% até abril), conforme divulgado há pouco pelo IBGE. Esse resultado refletiu a descompressão do grupo alimentação e bebidas, que desacelerou de +0,79% no mês anterior para +0,54% nesta divulgação, com forte arrefecimento dos preços de alimentação fora do domicílio.
Na mesma direção, o item de transportes arrefeceu de alta de 1,45% para 0,93%, no mesmo período, com descompressão importante do item de passagens aéreas (-11,54%). Além disso, vestuário desacelerou de 1,46% para 1,30% em maio, enquanto o grupo habitação, que passou de 0,72% para 0,93%, foi impulsionado por ajustes em água e esgoto, energia elétrica, condomínios, aluguel e empregado doméstico.
Octavio de Barros
Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos – BRADESCO
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
Sintonia Fina - Conversa Afiada
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