16 de abr. de 2013

A intromissão descabida dos EUA



Por José Dirceu


Após os resultados mostrando a vitória de Nicolás Maduro para a Presidência da Venezuela, os Estados Unidos resolveram pedir a recontagem manual dos votos, assim como fez o candidato oposicionista, Henrique Capriles.


A Casa Branca disse que considera que uma auditoria nos resultados das eleições presidenciais da Venezuela seria um passo "importante, prudente e necessário".

Só faltava esta. É como se a Venezuela pedisse na eleição de George W. Bush, em 2000, a recontagem dos votos ou uma auditoria e apoiasse o candidato democrata em sua solicitação. 

É uma prova da intromissão indevida e descabida dos EUA nos assuntos internos da Venezuela, particularmente porque Maduro aceitou a auditoria do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), sem evidentemente aceitar a não proclamação dos resultados. 

Isso foi o óbvio a ser feito, já que abrir mão da proclamação seria aceitar que houve fraudes. Fica evidente que a oposição que apenas tumultua, já que uma vitória eventual de Capriles seria aceita como democrática. 

O fato é que o CNE proclamou Maduro como presidente eleito e rejeitou o pedido de Capriles para recontar os votos. Maduro obteve 50,75% contra 48,97% de Capriles, uma diferença de 262.473 votos.

Aproveito para recomendar a leitura do artigo de Breno Altman sobre o resultado: “Vitória de Maduro é incontestável, mas representa novos desafios”.


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