14 de abr. de 2013

NAS URNAS, O FUTURO TAMBÉM DA AMÉRICA LATINA


Venezuela elege, neste domingo, não apenas o primeiro presidente depois da era Chávez, mas também o homem que irá administrar as maiores reservas de petróleo do mundo; vitória de Nicolas Maduro ou de Henrique Capriles será determinante para vários países da América Latina, como Cuba, Bolívia, Equador e mesmo o Brasil, cujas empresas exploraram oportunidades de negócios na Venezuela; pesquisas dão vantagem a Maduro, mas a folga é inferior a dez pontos.

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Neste domingo, 18.903.143 venezuelanos decidirão sobre o futuro de seu país e da própria América Latina. As últimas pesquisas eleitorais dão a Nicolas Maduro, herdeiro de Hugo Chávez, uma vantagem que oscila entre 7 e 9 pontos percentuais – o que sinaliza uma disputa mais apertada do que se previa. Henrique Capriles, que foi governador do estado de Miranda e lidera a oposição, promete acabar com a "diplomacia petroleira" da Venezuela. Como dispõe das maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela ajuda vizinhos latino-americanos, como Cuba, Bolívia e Equador. 

É por isso mesmo que a eleição deste domingo coloca em jogo não apenas o futuro da Venezuela, na era pós-Chávez, mas também de seus vizinhos. Com Chávez, as empresas brasileiras foram as que melhor aproveitaram as oportunidades de negócio na Venezuela.

O processo chega à reta final repleto de tensões, com acusações de fraude eleitoral. 

Leia abaixo o noticiário do Opera Mundi:
Opositores cantam fraude antecipadamente para tumultuar eleição, diz partido de Maduro
Chefe do comando de campanha de Maduro ressaltou que "a democracia venezuelana é a mais sólida do mundo"
Jorge Rodriguez, chefe do comando Hugo Chávez, do candidato do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), Nicolás Maduro, afirmou que a oposição venezuelana está criando um ambiente de desestabilização antes da eleição presidencial, cantando fraude de antemão. A declaração foi feita neste sábado (13/04), logo após o candidato opositor, Henrique Capriles, questionar a transparência do CNE (Conselho Nacional Eleitoral).

“Estão cantando fraude de antemão com o interesse de tumultuar o processo eleitoral”, disse Rodriguez durante coletiva de imprensa em Caracas. Ele lembrou que ao longo de 14 anos a Venezuela já realizou 18 processos eleitorais: “a democracia venezuelana é a mais sólida do mundo”.

O chefe da campanha chavista questionou porque a oposição não colocou em dúvida a última eleição para governo de estado, realizada em 16 de dezembro. Na ocasião, Capriles foi reeleito governador de Miranda em disputa com o atual chanceler Elías Jaua. O resultado, apesar de apertado, foi aceito por ambos os candidatos. “Qualquer tentativa de agredir o processo eleitoral busca deixar vulnerável a voz do povo da Venezuela”, continuou Rodriguez.

Capriles

Capriles fez críticas neste sábado ao CNE e ao governo. “Esperamos que o que diga o CNE seja uma cópia fiel do que o povo disser. Isso é fundamental! Que amanhã o árbitro diga o que o povo disse. O CNE não pode ser um partido político”, afirmou o candidato da MUD.


Ele colocou suspeita sobre o comportamento do governo venezuelano durante o processo eleitoral. “Esperamos que os senhores do governo permitam que o processo se desenvolva em paz. Amanhã será uma luta contra o poder”, disse.
Questionamentos

A oposição venezuelana vem questionando a segurança e isenção do processo eleitoral desde antes do início da campanha. Durante discurso para anunciar sua candidatura, em 10 de março, Capriles acusou o CNE de já ter “tudo pronto” para a eleição de 14 de abril, pois a data foi anunciada com rapidez, cinco dias após a morte de Hugo Chávez. Em 8 de março, após jurar como presidente interino, Maduro convocou o novo pleito.

Poucos dias depois, o maior jornal opositor, El Nacional, publicou em editorial que o CNE é um “obstáculo permanente” para eleições livres e justas na Venezuela, e chegou a insinuar que o voto já não é uma forma de promover mudanças no país. Quem também fez comentários sobre o CNE foram os Estados Unidos. A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA para América Latina, Roberta Jackson, afirmou em março que julgava difícil que a Venezuela tivesse eleições “abertas, livres e transparentes”.

Essa semana, Capriles se recusou a assinar um documento, disponibilizado pelo CNE a pedido da campanha do candidato Nicolás Maduro, no qual os candidatos se comprometiam a aceitar os resultados e reconhecer a competência do órgão eleitoral como árbitro do pleito.

- com 247

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