Presidente do STF, Joaquim Barbosa, falou o que quis e ouviu o que não quis. Depois de atacar relações de “conluio” entre juízes e advogados, numa reunião do Conselho Nacional de Justiça, ele foi repreendido pelo presidente da Associação dos Juízes Federais, Nino Oliveira Toldo. “A imprensa divulgou que o ministro tem uma namorada advogada. Como é que fica isso?”, indagou. O presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado, foi irônico: “A ouvidoria da OAB está à disposição do ministro para denunciar casos de lobby envolvendo advogados”. Incapaz de conter suas agressões, Barbosa até hoje não respondeu a uma nota dos magistrados, que motivou também seu ataque a um jornalista do Estado de S. Paulo...
_ Incapaz de manter relações civilizadas com seus pares no Poder Judiciário, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, mais uma vez, falou o que quis e ouviu o que não quis. Ontem, numa reunião do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro novamente atacou colegas da magistratura, de forma generalizada. “Há muitos (juízes) para colocar para fora. Esse conluio entre juízes e advogados é o que há de mais pernicioso. E sabemos que há decisões graciosas, condescendentes, fora das regras”, afirmou.
A resposta não tardou a chegar. “A imprensa divulgou que o ministro tem uma namorada advogada. Como é que fica isso?”, indagou. Toldo refere-se a Handra Amorim, de 24 anos, que, além de advogada, pretende prestar concurso e seguir carreira no Supremo Tribunal Federal.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinícius Furtado, por sua vez, foi irônico. “A ouvidoria da OAB está à disposição do ministro Joaquim Barbosa e de quem quer que seja para denunciar casos de lobby envolvendo advogados. A Ordem é contra qualquer tipo de relações promíscuas e tem seu Código Ético Disciplinar para ser aplicado nesses casos, não importa quem seja: advogados, filhos de advogados, parentes e até amantes”.
No fim de fevereiro deste ano, Barbosa concedeu entrevista a jornalistas estrangeiros e disse que os juízes brasileiros têm mentalidade pró-impunidade. Em resposta, recebeu no dia 2 de março, uma nota de três associações de magistrados, em que foi duramente criticado por sua conduta “generalista”, “preconceituosa” e “desrespeitosa”.
Recentemente, ao ser questionado sobre essa nota pelo jornalista Felipe Recondo, do Estado de S. Paulo, Joaquim Barbosa foi, mais uma vez, Joaquim Barbosa. Chamou o jornalista de “palhaço” e o mandou “chafurdar no lixo”. Ontem, ao comandar a reunião do CNJ, ele foi ele próprio: Joaquim Barbosa.
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