Ricardo Salles, fundador do Endireita Brasil, é o novo secretário
particular do governador tucano Geraldo Alckmin, de São Paulo; ele vê a
lei de anistia como revanchismo para premiar terroristas, classifica o
MST como movimento criminoso e condena a adoção de crianças por casais
gays; sobre o regime de 1964, ele afirma que "felizmente tivemos uma
ditadura de direita no Brasil"; a questão é: em que medida, Salles
conduzirá uma guinada ainda maior de Alckmin à direita?
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Próximo à Opus Dei e com um padrão de conduta que lembra a
antiga TFP, Tradição, Família e Propriedade, o governador de São Paulo,
acaba de casar de vez com a nova direita brasileira. Ele nomeou como
seu secretário particular o advogado Ricardo Salles, que criou, com
quatro amigos, o movimento Endireita Brasil. Salles concorreu duas
vezes, a deputado federal e estadual, pelo PFL e depois pelo DEM, mas
não conseguiu se eleger. Recentemente, trocou o DEM pelo PSDB e
conseguiu o cargo no governo Alckmin, passando a articular agendas e
encontros do governador de São Paulo. Eis alguns pensamentos de Ricardo
Salles:
Sobre a Lei de Anistia
Esses que estão no poder,
que no passado, sequestraram e mataram pessoas na tentativa de instaurar
no Brasil uma ditadura de esquerda, querem o revanchismo (…) Não
podemos permitir que essas pessoas tentem fraudar a história para
premiar os terroristas de ontem que estão no poder.
Sobre o MST
O MST é um movimento
criminoso. Não é um movimento social, ao contrário do que diz o governo.
Eles têm treinamento das FARCs através de ONGs.
Sobre o regime militar
Felizmente tivemos uma ditadura de direita no Brasil.
Adoção de casais por homossexuais
É totalmente antinatural.
Eu não concordo com isso. O conflito que pode gerar uma criança criada
por um casal homossexual é muito grante.
Recentemente, ao ciceronear Yoani Sánchez, no Brasil, o
governador Geraldo Alckmin levou a cubana ao Memorial da Resistência,
que funciona no antigo Dops, em São Paulo e a definiu como uma "heroína
da liberdade". Se estivesse acompanhado de Ricardo Salles, poderia dizer
que os torturados eram terroristas e que os torturadores, heróis.
Assista ao vídeo em que Salles expõe suas opiniões sobre vários temas:
Sintonia Fina
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