16 de jan. de 2013

Um herói brasileiro não reconhecido da II Guerra Mundial

Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG) não mostra!



O 1° Ten Rui na cabine de seu P-47, antes de uma das suas 94 missões durante a Segunda Guerra Mundial [ACTION EDITORA]


Aos 93 anos de idade, o Major-Brigadeiro Rui Barbosa Moreira Lima é um dos três únicos brasileiros pilotos de caça veteranos da II Guerra Mundial ainda vivo. Piloto militar de caça por profissão, recebeu altas condecorações e serviu como comandante da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, entre agosto de 1962 e abril de 1964, quando foi cassado pelo governo militar que assumiu o controle do país naquele mesmo ano.

Ele vem tentando obter a anistia ampla desde então, mas não foi bem-sucedido. Foi também o autor de diversos trabalhos sobre a aviação e os membros do seu grupo de pilotos de caça, sendo o mais famoso intitulado Senta a Pua!, memórias de seus dias de combate no teatro de operações na Itália.

Em maio de 2012, o Major-Brigadeiro Rui Moreira Lima compartilhou com Diálogo algumas de suas histórias.círculos militares, é comum ouvir dizer que os pilotos de caça são “diferentes”. Esta declaração parece ajustar-se ao Major-Brigadeiro Rui Moreira Lima como uma luva, a começar por seu nome de guerra. Embora seja filho de um desembargador de uma família importante no Brasil, ele preferiu ficar conhecido simplesmente como Rui.
Nos Este era o nome que ele usava no uniforme como segundo-tenente aviador, quando comandou 94 missões a bordo de um Thunderbolt P-47, a maior parte do tempo sob fogo intenso da artilharia alemã. Entre outubro de 1944 e maio de 1945, o 1º Grupo de Caça brasileiro, criado especificamente para o combate na Itália, cumpriu um total de 445 missões.
A propósito, o Brasil foi o único país sul-americano a enviar tropas para a Europa em apoio aos Aliados. “Nossa maior preocupação era, basicamente, a de cumprir a missão. Mas era complicado, para não dizer outra coisa! Você ficava quase três horas entre fogo cruzado, não tinha lugar em que passasse e que não recebesse chumbo grosso”, disse o Maj Brig Rui, um dos poucos membros ainda vivos da Força Expedicionária Brasileira (FEB).
A FEB era constituída por voluntários, principalmente cadetes recém-formados pela Escola de Treinamento para Oficiais do Exército Brasileiro, porque a Força Aérea ainda não existia. “O Brasil entrou na II Guerra Mundial devido ao bombardeamento de alguns de seus navios, na própria costa brasileira. Em dezembro de 1943, foi criado o Grupo de Caça. 
Nós entramos na guerra com 22 pilotos e, obviamente, não tínhamos qualquer experiência nisso. O importante de ressaltar aqui é que os americanos foram os que venderam os aviões para o Brasil e nós escolhemos o P-47”, disse o Maj Brig. Ao todo, 47 pilotos brasileiros participaram de pelo menos uma missão durante a guerra. No final, houve cinco prisioneiros e cinco baixas em combate.

A inexperiência dos pilotos brasileiros era compensada por sua dedicação e desejo de vencer e honrar o nome do país no exterior.

“Eu nunca consultei um mapa; tinha o mapa da Itália todinho na cabeça. Bem, eu e todos os outros. Havia colegas que eram chamados até de pombo-correio, porque sabiam mais do que o próprio mapa”, disse o Maj Brig Rui com os olhos marejados ao recordar aqueles dias.
“A minha primeira missão foi no dia 6 de novembro de 1944. Eu já era casado. Minha mulher estava grávida, e tinha dias em que eu escrevia até três cartas para ela. Mas como eu já disse, nossa preocupação principal, basicamente, era a de cumprir a missão. Eu fiz 94 missões e meu avião foi atingido nove vezes. Mas não era um tiro só não. Uma vez foram 57 furos no avião, sendo que eu tinha levado um tiro na asa, e a máquina ficou bastante prejudicada. Era 29 de abril de 1945. Quase morri”, lembrou ele.
No entanto, Rui não consegue apontar uma missão específica como sendo a principal. Para ele, todas foram importantes, especialmente aquelas onde os pilotos correram maior risco de morte. “Nós nos arriscávamos muito e um tenente sabe que cada bomba que solta, e cada tiro que dá, está contribuindo para diminuir o tempo de guerra. Isso nos deu uma consciência muito grande”, disse ele.

O major-brigadeiro recorda que estava em campo no momento em que a guerra terminou. O anúncio foi feito três vezes consecutivas pelos alto-falantes.

“No início houve um silêncio… mas depois foi muita, muita gritaria”, lembra o Maj Brig Rui, que continua. “Houve muito choro, muitas lágrimas foram derramadas naquele dia. O fim da guerra foi uma coisa fantástica. Mas logo em seguida você tem a certeza de que, na verdade, é uma covardia. Eu fui para a estrada ver os prisioneiros passando, e não tinha fim. Tinha criança, velho, tinha de tudo ali. E eu disse: ‘Poxa, a gente estava matando esses caras… e hoje estamos dando cigarro para eles”.
O Brasil tem atualmente cerca de 1.400 pilotos de caça, não mais nos mesmos moldes do Grupo de Caça, e sim de acordo com a doutrina estabelecida depois da guerra.

“Os caçadores hoje surpreendem pelo preparo profissional, sendo capazes de pilotar qualquer avião de caça. Eu sinto neles uma vontade enorme de defender o Brasil. E a FEB teve uma influência enorme nisso. Acredito que nosso regresso vitorioso da Itália foi a gota d’água que derrubou a ditadura do presidente Getúlio Vargas e implantou a democracia no Brasil”, finaliza.

Sintonia Fina

Um comentário:

brasilpensador.blogspot.com disse...

ele so esqeuceu de dizer a verdade sobre os bombardeios de navios brasileiros que nao foram feitos pela alemanha, para que a alemanha ia querer mais inimigos contra ela. Quem bombardeou foram os americanos para fazer o Brasil entrar na guerra, primeiro venderam os avioes depois a sujeira.