Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG- Partido da Imprensa Golpista) não mostra!
Por Ricardo Kotscho
Nunca tantos falaram em nome da "opinião pública" como nestas últimas
semanas que antecederam o início do julgamento do processo do mensalão
pelo Supremo Tribunal Federal.
Até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em nome da "sociedade
que não suporta mais esta situação", saiu dos seus cuidados para gravar
vídeos clamando pela necessidade de se "fazer justiça" para não colocar
em risco o futuro da democracia brasileira.
E só tem um jeito de se fazer justiça, segundo os porta-vozes
midiáticos da opinião pública, repetindo com todas as letras o lema do
procurador-geral Roberto Gurgel: "Fazer justiça é condenar todos os
réus".
A "sociedade" a que FHC se refere deve ser certamente aquela formada
por seu moribundo partido (ver pesquisa CNT Opinião e Ibope mais abaixo)
com os principais veículos de comunicação do país reunidos no
Instituto Millennium, que desde 2005 querem "acabar com esta raça", o
desejo revelado publicamente por seu aliado Jorge Bornhausen (por onde
andará?).
Antes mesmo de Roberto Gurgel começar a ler o seu memorial de acusação
na sexta-feira, após o massacre contra o PT dos últimos dias, que
ocupou todos os espaços na velha mídia, dia e noite, o veredicto já
estava dado, e nem seria necessário prosseguir o julgamento. Bastaria
chamar o camburão da polícia para prender todos os réus.
O objetivo declarado era condenar e tirar de circulação o ex-ministro
José Dirceu e outros dirigentes do PT. Por trás de todo o discurso
moralista em nome da "opinião pública", porém, o que eles queriam mesmo
era finalmente derrotar e acabar com a alta e inabalável aprovação
popular do ex-presidente Lula, o que não conseguiram fazer nas urnas.
Gastaram toda sua munição nisso e devem ter ficado profundamente
frustrados quando foram divulgados ontem os resultados da pesquisa CNT
Opinião, mostrando que Lula teria 69,8% dos votos se a eleição
presidencial fosse hoje, contra apenas 11,9% do tucano Aécio Neves, o
candidato de FHC. Dilma também ganharia de lavada de Aécio: 59% a 14,8%.
Na falta de uma pesquisa sobre como o povo entende o julgamento do
mensalão e o papel da imprensa nesta história _ por que não a fizeram
ainda? _ outro indicador que deve deixar a "sociedade" dos tucanos e da
mídia inconformados é a avaliação da presidente Dilma Rousseff, que não
para de subir: passou de 70,2%, em agosto de 2011, para 75,7% por
cento agora.
Ou seja: nem o governo Dilma, nem Lula, nem o PT foram abalados pela
campanha de vida ou morte desencadeada por derrotados de 2002, 2006 e
2010.
Pior ainda para o orgulho dos tucanos de bico grande em São Paulo deve
ter sido a pesquisa Ibope também divulgada ontem sobre a sucessão
municipal em São Paulo.
Outra vez candidato tucano, José Serra também não para de subir, mas é
nos índices de rejeição, que já atingiram 34% nesta pesquisa (no
Datafolha, chegaram a 37%).
Nos índices de intenção de votos, acontece exatamente o contrário: em
relação à primeira pesquisa Ibope, divulgada em maio, Serra caiu 5
pontos, ficando agora com 26%, enquanto o candidato do PRB, Celso
Russomanno, subia 9 pontos, de 16% para 25%, em rigoroso empate técnico
com o tucano.
O que se nota nesta pesquisa é que Russomanno, e não o candidato do PT,
Fernando Haddad, empacado com apenas 6%, atrás de Soninha, do PPS,
incorporou o papel de candidato da oposição à administração
Serra-Kassab.
O eleitorado parece cansado da eterna disputa entre tucanos e petistas
e, ao que as pesquisas até aqui indicam, escolheu este ano uma terceira
via, encarnada pelo candidato do PRB e sua bandeira da defesa do
consumidor.
Na semana em que começou o julgamento destinado a "acabar com a raça"
do PT, foi o PSDB de Serra que bateu seu recorde de rejeição no Ibope,
enquanto Dilma e Lula batiam recordes de números positivos.
Alguma coisa deu errado no projeto dos estrategistas globais do
Instituto Millennium. A "opinião pública" tão cortejada já não obedece
aos antigos "formadores de opinião".
Sintonia Fina
- com Com Texto Livre
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