Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG) não mostra!
Água mole em pedra dura … mais dia, menos dia o Robert(o) Civita vai ter um conversinha com alguém que não tenha medo dele. |
O Requião chama o Robert(o) Civita de “agente do Diabo”.
O Collor chama a Abril de “coito de bandidos”.
Mas, não adianta: como demonstrou o Leandro Fortes na Carta Capital, os filhos do Roberto Marinho convenceram o (vice) Presidente Michel Temer de que “falar em Veja é falar em imprensa; falar em imprensa é falar em Globo”.
E o mesmo Leandro na mesma Carta demonstrou que há pegadas das Organizações Globo na Cachoeira do Carlinhos.
Água mole em pedra dura … mais dia, menos dia o Robert(o) Civita vai ter um conversinha com alguém que não tenha medo dele.
Por isso, não perca o que disse o professor Lalo no Blog o Miro:
O Collor chama a Abril de “coito de bandidos”.
Mas, não adianta: como demonstrou o Leandro Fortes na Carta Capital, os filhos do Roberto Marinho convenceram o (vice) Presidente Michel Temer de que “falar em Veja é falar em imprensa; falar em imprensa é falar em Globo”.
E o mesmo Leandro na mesma Carta demonstrou que há pegadas das Organizações Globo na Cachoeira do Carlinhos.
Água mole em pedra dura … mais dia, menos dia o Robert(o) Civita vai ter um conversinha com alguém que não tenha medo dele.
Por isso, não perca o que disse o professor Lalo no Blog o Miro:
Veja/Cachoeira: A mídia sob suspeita
Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:
De narradora dos acontecimentos
a revista semanal da Abril tornou-se personagem, revelando um
envolvimento nunca visto de forma tão escancarada na cena política
brasileira. Gravações feitas pela Polícia Federal, com autorização da
Justiça, não deixam dúvidas. O contraventor Carlinhos Cachoeira era mais
do que fonte de informações.
Seu relacionamento com o
diretor da sucursal de Veja em Brasília, Policarpo Junior, permitia a
ele sugerir até a seção da revista em que determinadas notas de seu
interesse deveriam ser estampadas. O pouco que se revelou até aqui
permite concluir que a publicação tornou-se instrumento de Cachoeira
para remover do governo obstáculos aos seus objetivos.
Um desses entraves estaria no
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do
Ministério dos Transportes, e dificultava a atuação da Delta
Construções, empresa que teria fortes ligações com o contraventor.
Segundo o jornalista Luis
Nassif, a matéria da Veja sobre o Dnit saiu em 3 de junho de 2011. “A
diretoria estava atrapalhando os negócios da Delta. Foi o mesmo modo de
operação do episódio dos Correios –que daria origem ao chamado
“mensalão”. Cachoeira dava os dados, Veja publicava e desalojava os
adversários de Cachoeira.” Com isso cumpria também os objetivos de
situar-se como vigilante de desmandos e fustigar os governos Lula e
Dilma, pelos quais nunca demonstrou simpatia alguma.
Basta lembrar a capa de maio de
2006 com Lula levando um pé no traseiro, juntando numa só imagem
grosseria e desrespeito. Para não falar de outras, do ano anterior,
instigando o “impeachment” do presidente da República. O sucesso dos
dois governos Lula e os altos índices de aprovação recebidos até agora
pela presidenta Dilma Rousseff parecem ter exacerbado o furor da
revista. A proximidade do diretor da sucursal de Brasília com Cachoeira,
e deste com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), sempre elogiado
por Veja, veio a calhar. Até surgirem as gravações da Polícia Federal
levando a revista a um recolhimento político só quebrado em defesas
tíbias de seu funcionário e do que ela chama de “liberdade de imprensa”.
Veja diz-se “enganada pela
fonte”, argumento desmentido pelo delegado federal Matheus Mella
Rodrigues, coordenador da Operação Monte Carlo. O policial mostrou que o
jornalista Policarpo Junior sabia das relações de Demóstenes com
Cachoeira, mas nunca as denunciou, protegendo “meliantes”, como resumiu
com propriedade a revista CartaCapital.
Livre, pero no mucho
Segundo Veja, a “liberdade de
imprensa” estaria ameaçada se o jornalista, ou seu patrão Roberto
Civita, fosse chamado a depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
(CPMI) aberta no Congresso Nacional para investigar o caso. Mas, na
mesma edição em que supostamente põe o direito à informação acima de
tudo, clama por um controle planetário da internet, agastada com a
circulação de informações sobre seus descaminhos na rede. A internet foi
o principal meio de exposição dos detalhes da suspeita relação
Cachoeira-Demóstenes-Veja, e uma enxurrada de expressões nada elogiosas
levaram a revista ao topo dos assuntos mais mencionados no Twitter.
Os principais veículos de
alcance nacional silenciaram ou apoiaram a relação – exceção feita à
Rede Record e à revista CartaCapital. Alguns, como O Globo, não
titubearam em tomar as dores da Editora Abril. Por um de seus
colunistas, Merval Pereira, o jornal isentou a revista de
responsabilidades. Depois, em editorial, reagiu à comparação feita por
CartaCapital entre o dono da Editora Abril e o magnata Rupert Murdoch,
punido pela Justiça britânica pelo mau uso de seus veículos de
comunicação no Reino Unido.
A Folha de S.Paulo, também em
editorial, aliou-se a Veja. Mas sua ombudsman, Suzana Singer, que tem a
incumbência de criticar o desempenho do jornal, pelo menos levantou uma
dúvida ao dizer que “não se sabe se algo comprometedor envolvendo a
imprensa surgirá desse lamaçal”. Para lembrar em seguida que ao PT
interessa com o caso Cachoeira empastelar o “mensalão” a ser julgado em
breve, e conclui dizendo: “A imprensa não pode cair na armadilha de
permitir que um escândalo anule o outro. Tem o dever de apurar tudo –
mas sem se poupar. É hora de dar um exemplo de transparência”. Mas a
cobertura da Folha das relações Cachoeira-Demóstenes-Veja limita-se a
notas superficiais.
Intocável
A ideia de que o caso Cachoeira
seria uma forma de desviar as atenções sobre a campanha pelo julgamento
dos acusados no caso do “mensalão” foi alardeada pela mídia. E
utilizada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para se
livrar da acusação de ter sido negligente. A PF encaminhou a Gurgel a
denúncia sobre as relações promíscuas entre Cachoeira e Demóstenes em
2009. Se ele tivesse dado andamento à denúncia, o processo se tornaria
público e poderia ter comprometido no ano seguinte a eleição de
Demóstenes ao Senado, de Marconi Perillo (PSDB) ao governo de Goiás e de
outros políticos suspeitos de servir a Cachoeira.
Em vez de explicar por que
segurou o processo, Gurgel respondeu às acusações sob a alegação de que
partiam dos envolvidos no processo do “mensalão”, temerosos diante da
iminência do julgamento no qual ele será o acusador.
A CPMI começou em maio e tem
seis meses para concluir as apurações. Ainda não havia mostrado, porém, o
mesmo ânimo convocatório em relação aos governadores envolvidos com a
Delta Construções e muito menos ao jornalista de Veja e seu patrão. Os
governadores, por acordos político-partidários; o jornalista e o
empresário, não se sabe bem as razões, embora possam ser formuladas
hipóteses.
Uma delas é a de que o maior
partido da base governista, o PMDB, estaria sendo sensível ao lobby da
mídia por uma blindagem. Com uma CPMI em banho-maria, o partido não
seria muito arranhado com a exposição de políticos peemedebistas a
investigações. E o PT, concorrente na disputa por espaço no governo, não
capitalizaria demais os resultados.
A concentração em poucos e
poderosos grupos nacionais e transnacionais deu à mídia um poder nunca
antes alcançado, muitas vezes superior aos próprios poderes
republicanos. Assim, governos e outras instituições públicas tornam-se
reféns dos meios de comunicação e temem enfrentá-los. Apenas em três
ocasiões de nossa história veículos de comunicação foram alvo de
investigações por parte de CPIs.
Em 1953, o dono do Última Hora,
Samuel Wainer, sugeriu ao presidente Getúlio Vargas que seu jornal
fosse investigado quanto às operações de crédito mantidas com o Banco do
Brasil, como lembra o professor Venício Lima, da Universidade de
Brasília. Dez anos depois, o Instituto Brasileiro de Ação Democrática
(Ibad) foi acusado de ter ligações com a CIA e receber recursos dos
Estados Unidos para interferir nas eleições brasileiras. O instituto
chegou a alugar por três meses, num período pré-eleitoral, o jornal A
Noite do Rio, para colocá-lo a serviço da oposição ao presidente João
Goulart. E em 1966 foi aberta investigação do acordo entre as
Organizações Globo e o grupo de mídia estadunidense Time-Life. Uma
operação de US$ 6 milhões, em benefício da TV Globo, acabou com o
império dos Diários Associados de Assis Chateaubriand.
Testemunha de defesa
Há uma outra inquirição de
jornalista que não se enquadra entre os casos mencionados, embora seja
altamente significativa para os dias de hoje. Trata-se da ida a uma
Comissão Parlamentar de Inquérito, em 2005, do mesmo Policarpo Junior.
Na ocasião, o chefe de organização criminiosa se dizia vítima de
chantagem por parte de um deputado carioca que estaria exigindo propina
para não colocar seu nome no relatório final de uma CPI instalada na
Assembleia Legislativa do Rio. Policarpo testemunhou em defesa do
bicheiro e nenhum jornal nem a ABI alegaram tratar-se de uma intimidação
à imprensa.
Uma das explicações para essa
baixa exposição de jornais e jornalistas a investigações está no poder
de interferência dos grupos midiáticos na política eleitoral. Exemplo
clássico é a frase da viúva do proprietário das Organizações Globo
referindo-se ao governo Collor: “O Roberto colocou ele na Presidência e
depois tirou. Durou pouco. Ele se enganou”, disse com candura dona Lily
no lançamento do seu livro Roberto & Lily, em 2005. Mas essa não foi
uma ação isolada. Para derrotar Lula em 1989, Globo e Veja faziam
dobradinha perfeita, como agora. Demonizavam Lula e exaltavam o jovem
governador de Alagoas, “caçador de marajás”.
Essa articulação tornou-se hoje
mais orgânica. A presidenta da Associação Nacional de Jornais (ANJ),
que representa os proprietários de veículos, Judith Brito, assumiu o
papel de oposição ao governo Lula. De modo mais discreto, mas não menos
eficiente, trabalha o Instituto Millenium, que reúne articulistas,
jornalistas e patrões da imprensa. E realiza eventos em que os
convidados aliam-se ao que há de mais conservador na sociedade para
afinar suas linhas de cobertura. Em um deles estavam Roberto Civita
(Abril), Otavio Frias Filho (Folha) e Roberto Irineu Marinho (Globo).
Vários colaboradores, exibidos
no site do instituto, escrevem e falam contra as cotas raciais nas
universidades, criticam a política econômica dos governos Lula e Dilma,
seja qual for, louvam o governo Fernando Henrique Cardoso, discordam da
atual política externa brasileira e fizeram campanha contra a criação da
CPMI do Cachoeira. São ações orquestradas que lembram as do Ibad, antes
mencionado.
As evidências atuais indicam a
necessidade de uma investigação séria sobre o papel de setores da mídia
no caso Cachoeira. Os indícios vão além do jogo político e apontam para
conluios com o crime comum. No entanto, até o momento, a CPMI não
mostrou disposição para enfrentar o poder da mídia, que, quando acuada,
conta com a defesa não apenas dos proprietários como também de parte de
seus empregados.
Cabe lembrar a observação
frequente do jornalista Mino Carta sobre a peculiaridade brasileira de
jornalista chamar patrão de colega. Com isso diluem-se interesses de
classe e uma difusa “liberdade de imprensa” é utilizada para encobrir
contatos altamente suspeitos.
Até entidades respeitáveis como
a Associação Brasileira de Imprensa, por seu presidente, Maurício
Azêdo, confundem as coisas. Em depoimento ao programa Observatório da
Imprensa, da TV Brasil, Azêdo não admite a ida de jornalistas à CPMI
para prestar depoimentos, sob a alegação de intimidação ao trabalho
jornalístico, mas condena a promiscuidade de alguns profissionais com
fontes próximas ou ligadas ao crime. Com isso dá ao jornalista uma
imunidade que nenhum outro cidadão tem.
Nesse mesmo programa, o
professor Venício Lima ressaltou o impacto do caso das escutas ilegais
promovidas pelo jornal News of the World sobre as relações
mídia-sociedade na Inglaterra. “Levou Murdoch (o dono do jornal) e seus
jornalistas a depor não só na Comissão de Esportes, Mídia e Cultura da
Câmara dos Comuns como na Comissão Leveson, que tem caráter de inquérito
policial.” Nada disso ameaçou a liberdade da imprensa britânica.
Aqui, apesar da resistência com
forte apelo corporativo da mídia e de parte dos seus empregados, vozes
importantes lembram que ninguém está imune a convocações feitas pelo
Congresso Nacional para prestar esclarecimentos. À Record News, o
presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), foi direto ao
ponto: “Todos devem ser investigados no setor público, privado e na
imprensa. Sem paixões e sem arroubos. Nós vamos descobrir muitas coisas
quando forem feitas as quebras de sigilo – o fiscal, por exemplo.
Devemos apoiar sempre a liberdade de expressão. Mas não podemos
confundi-la com uma organização criminosa. Para o bem da sociedade e da
própria liberdade de expressão.”
Sintonia Fina
- com o Conversa Afiada
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