11 de jun. de 2012

São Paulo, capital da gastronomia e do medo

Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG) não mostra!




Restaurantes para as classes A, B e C têm sido impiedosamente assaltados na maior cidade do País; polícia do governador Geraldo Alckmin diz ter poucas pistas sobre autores de até aqui 17 arrastões contra restaurantes este ano; série de roubos já abala movimento das casas e ameaça indústria que gera milhares de empregos e milhões em impostos





247 – O La Tambouille, restaurante de cozinha estrelada e dirigido ao público da classe A, é um dos orgulhos da gastronomia paulistana. Assim como são os discos adornados com massa de tomate de primeira da Pizzaria do Brás, as criações exclusivas da chef Carla Pernambuco, do restaurante Carlota, e a mais que tradicional Cantina Gigio, uma das primeiras a deitar fama no bairro do Brás.

Restaurantes desse quilate emprestaram a São Paulo a doce fama de capital gastronômica da América do Sul, disparada a cidade de opções mais ricas e variadas para se comer fora em todo o País. Títulos que garantem a sustentação de uma indústria que emprega milhares de pessoas e anima a economia pela geração de milhões de reais em impostos todos os meses.

Ao lado de mais de uma dezena de outros endereços gastronômicos da cidade, o Tambouille, o Bráz, o Carlota e o Gigio têm agora algo em comum: todos eles foram alvos de arrastões de bandidos nos últimos dez dias. Desde o início do ano, nada menos que 17 restaurantes paulistanos sofreram este tipo de ataque, quase sempre com o mesmo modus operandi. No final da noite, quando o caixa está cheio e os últimos clientes fazem suas refeições, os assaltantes chegam, aterrorizam e limpam as carteiras dos comensais, surrupiam o conteúdo do caixa e saem ilesos. O máximo que tem acontecido são perseguições policiais esporádicas – e infrutíferas.

A Polícia Civil investiga se é uma única quadrilha que pratica os assaltos. De acordo com o delegado Paul Henry Verduraz, do 15º Distrito Policial, onde o ataque ao Tambouille foi registrado, há diversas semelhanças.  "São bandidos jovens, que agem com rapidez e não cobrem o rosto" afirmou Verduraz, na ocasião. O número de assaltantes também era semelhante e girava em torno de cinco.

Os arrastões, na prática, estão transformando a capital da gastronomia também em capital do medo. Com isso, o movimento dos restaurantes, que têm aumentado os investimentos em segurança privada, têm diminuído, enquanto seus caixas ficam mais pesados com a contratação de seguranças e equipamentos eletrônicos de monitoramento. Responsável, em últimos análise, pela segurança pública no Estado e na capital, o governador Geraldo Alckmin ainda não encontrou uma resposta à altura para a ousadia dos bandidos.

Há rumores de que eles estariam agindo à sombra de uma espécie de operação padrão não declarada da Polícia Civil paulista, cujas bases estaria descontentes com a política de recursos humanos desenvolvida pelo secretário Antonio Ferreira Pinta, da Segurança Pública. Ele teria aposentado precocemente delegados influentes e distribuídos titulares em delegacias estratégicas sem consultas mais apuradas à categoria. A resposta seria uma certa leniência nas investigações dos arrastões, que já somam 17 desde o início do ano. O máximo que Alckmin fez sobre esse tema, até agora, foi prometer "cadeia dura" para quem for preso. Mas isso parece ser pouco.

A expectativa geral é a de novos arrastões nos próximos dias, tal a facilidade com que têm sido cometidos.


Sintonia Fina

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