Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG) não mostra!
Nas entrelinhas
Os petistas têm a partir de 21 de agosto, quando começa a propaganda na TV, o maior desafio eleitoral dos últimos tempos: se apresentar como uma opção nos minutos seguintes aos informes dos telejornais sobre o julgamento do mensalão do PT
por Denise Rothenburg
Os petistas têm a partir de 21 de agosto, quando começa a propaganda na TV, o maior desafio eleitoral dos últimos tempos: se apresentar como uma opção nos minutos seguintes aos informes dos telejornais sobre o julgamento do mensalão do PT
por Denise Rothenburg
Horário do mensalão
O que era para ser apenas mais uma campanha municipal em que o PT iria carregar Luiz Inácio Lula da Silva pelo Brasil afora em busca de votos — como sempre fez — acaba se transformar numa travessia perigosa para os petistas. O julgamento do escândalo de caixa dois conhecido como o mensalão do Partido dos Trabalhadores em agosto surge como algo embalado para presente nas mãos dos adversários do partido de Lula. E por mais que os petistas se dediquem a quebrar a cabeça no sentido de tentar encontrar um antídoto para usar em suas campanhas, o estrago à imagem do partido é considerado inevitável.
Quem se dispuser a analisar friamente a situação do PT como fazem alguns de seus próprios militantes mais serenos conclui logo que o partido sempre esteve à reboque de Lula. A voz do ex-presidente nos palanques e seu talento para conquistar simpatias e aliados pelo Brasil serviram de alavanca para o PT ao longo de sua história. E isso enquanto o partido empunhava a bandeira de avesso a práticas heterodoxas de financiamento de campanha e era mais restritivo no quesito alianças. Eram os tempos das vacas magras, quando os próprios militantes costuravam suas bandeiras e arrecadavam recursos passando o chapéu em festas e rodas de amigos e simpatizantes.
Hoje, as bandeiras costuradas à mão são coisa do passado. O PT é o partido que mais arrecada mesmo fora do ano eleitoral. Está rico, mas a imagem de mocinho se foi na esteira das denúncias sobre o mensalão, e deslumbramento de alguns nos primórdios do governo Lula. Obviamente, o então presidente guardou distância regulmentar desses malfeitos, de forma a não se deixar levar na enxurrada. Demitiu quem poderia comprometê-lo na caminhada, voltou-se para as viagens e falas diretas ao povo, apostou tudo nos programas sociais e sua propaganda, soltou a voz nas ruas e nos palanques. O resultado: mais quatro anos de mandato.
Por falar em mandato…
Nos seus últimos anos, Lula não se dedicou a construir nomes fortes no PT, capazes de alavancar a imagem do partido ou criar um detergente capaz de extinguir a mancha do mensalão sem esgarçar a bandeira petista. Lula se concentrou em construir Dilma, que não é vista no seio petista como preocupada em lustrar a estrela ou tirar as manchas da bandeira vermelha. O foco de Dilma — corretamente, é bom que se diga — é o seu governo. Do PT, que cuidem os petistas mais orgânicos.
Embora o ex-presidente tenha dito há dois anos que o partido precisava jogar firme nos meios de comunicação disponíveis para mudar a imagem de mensaleiro, ele próprio não trabalhou nesse sentido ao longo dos últimos dois anos. Primeiro, precisava absorver o fato de estar for a do Planalto, algo nada fácil. Depois, foi cuidar da saúde, que deve ser a prioridade sempre que o corpo pede e alma necessita.
Agora, o PT chega ao período eleitoral em meio ao julgamento, Lula sem tanta facilidade de soltar à voz por conta dos cuidados pós-câncer na laringe e, de quebra, candidatos sem aquele charme eleitoral, à primeira vista com muita dificuldade de seduzir o eleitor. Fernando Haddad, por exemplo, surge como um “BV” eleitoral, sigla que os adolescentes usam para se referir a coleguinhas sem qualquer experiência de namoro. E, por jamais ter concorrido a uma eleição, Haddad precisava de uma imagem partidária tinindo como aquele carro vermelho da velha “jovem guarda”, onde se dispensava o espelho para pentear os cabelos.
Por falar em imagem…
Em Recife, a segunda mais populosa das sete capitais administradas pelo PT, a confusão interna soaria pequena se a imagem do partido fosse positiva. Mas a divisão interna, somada ao escândalo do mensalão de caráter nacional, enfraquecerá mais ainda a legenda num momento decisivo. Por isso, o que vem pela frente para os petistas seja talvez o maior desafio eleitoral dos últimos tempos: se apresentar como um partido ético, trabalhador e com bons candidatos no horário eleitoral. E não dá para esquecer que a propaganda na TV que atinge maior Ibope é sempre à noite e no início da campanha. Esse desfile de candidaturas chegará na casa do eleitor logo depois dos telejornais em que diariamente será martelada a expressão “julgamento do mensalão do PT”.
O que era para ser apenas mais uma campanha municipal em que o PT iria carregar Luiz Inácio Lula da Silva pelo Brasil afora em busca de votos — como sempre fez — acaba se transformar numa travessia perigosa para os petistas. O julgamento do escândalo de caixa dois conhecido como o mensalão do Partido dos Trabalhadores em agosto surge como algo embalado para presente nas mãos dos adversários do partido de Lula. E por mais que os petistas se dediquem a quebrar a cabeça no sentido de tentar encontrar um antídoto para usar em suas campanhas, o estrago à imagem do partido é considerado inevitável.
Quem se dispuser a analisar friamente a situação do PT como fazem alguns de seus próprios militantes mais serenos conclui logo que o partido sempre esteve à reboque de Lula. A voz do ex-presidente nos palanques e seu talento para conquistar simpatias e aliados pelo Brasil serviram de alavanca para o PT ao longo de sua história. E isso enquanto o partido empunhava a bandeira de avesso a práticas heterodoxas de financiamento de campanha e era mais restritivo no quesito alianças. Eram os tempos das vacas magras, quando os próprios militantes costuravam suas bandeiras e arrecadavam recursos passando o chapéu em festas e rodas de amigos e simpatizantes.
Hoje, as bandeiras costuradas à mão são coisa do passado. O PT é o partido que mais arrecada mesmo fora do ano eleitoral. Está rico, mas a imagem de mocinho se foi na esteira das denúncias sobre o mensalão, e deslumbramento de alguns nos primórdios do governo Lula. Obviamente, o então presidente guardou distância regulmentar desses malfeitos, de forma a não se deixar levar na enxurrada. Demitiu quem poderia comprometê-lo na caminhada, voltou-se para as viagens e falas diretas ao povo, apostou tudo nos programas sociais e sua propaganda, soltou a voz nas ruas e nos palanques. O resultado: mais quatro anos de mandato.
Por falar em mandato…
Nos seus últimos anos, Lula não se dedicou a construir nomes fortes no PT, capazes de alavancar a imagem do partido ou criar um detergente capaz de extinguir a mancha do mensalão sem esgarçar a bandeira petista. Lula se concentrou em construir Dilma, que não é vista no seio petista como preocupada em lustrar a estrela ou tirar as manchas da bandeira vermelha. O foco de Dilma — corretamente, é bom que se diga — é o seu governo. Do PT, que cuidem os petistas mais orgânicos.
Embora o ex-presidente tenha dito há dois anos que o partido precisava jogar firme nos meios de comunicação disponíveis para mudar a imagem de mensaleiro, ele próprio não trabalhou nesse sentido ao longo dos últimos dois anos. Primeiro, precisava absorver o fato de estar for a do Planalto, algo nada fácil. Depois, foi cuidar da saúde, que deve ser a prioridade sempre que o corpo pede e alma necessita.
Agora, o PT chega ao período eleitoral em meio ao julgamento, Lula sem tanta facilidade de soltar à voz por conta dos cuidados pós-câncer na laringe e, de quebra, candidatos sem aquele charme eleitoral, à primeira vista com muita dificuldade de seduzir o eleitor. Fernando Haddad, por exemplo, surge como um “BV” eleitoral, sigla que os adolescentes usam para se referir a coleguinhas sem qualquer experiência de namoro. E, por jamais ter concorrido a uma eleição, Haddad precisava de uma imagem partidária tinindo como aquele carro vermelho da velha “jovem guarda”, onde se dispensava o espelho para pentear os cabelos.
Por falar em imagem…
Em Recife, a segunda mais populosa das sete capitais administradas pelo PT, a confusão interna soaria pequena se a imagem do partido fosse positiva. Mas a divisão interna, somada ao escândalo do mensalão de caráter nacional, enfraquecerá mais ainda a legenda num momento decisivo. Por isso, o que vem pela frente para os petistas seja talvez o maior desafio eleitoral dos últimos tempos: se apresentar como um partido ético, trabalhador e com bons candidatos no horário eleitoral. E não dá para esquecer que a propaganda na TV que atinge maior Ibope é sempre à noite e no início da campanha. Esse desfile de candidaturas chegará na casa do eleitor logo depois dos telejornais em que diariamente será martelada a expressão “julgamento do mensalão do PT”.
Sintonia Fina
- com Aposentado Invocado
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