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Brasil tomará decisões conjuntas com Argentina e Uruguai; novo governo não deverá ser reconhecido; Federico Franco (à esq.) é desconvidado de reunião da Unasul; Paraguai suspenso do Mercosul; Venezuela susta venda de petróleo; Fernando Lugo cria governo paralelo
Sintonia Fina com Agência Brasil
O governo do Brasil acompanha
atentamente os desdobramentos políticos no Paraguai, mas só tomará
iniciativas em conjunto com a Argentina e o Uruguai. A exemplo da medida
adotada neste domingo 24, que suspendeu o Paraguai do Mercosul (bloco
econômico que reúne o Brasil, a Argentina, o Uruguai, Paraguai e mais
seis parceiros), o Brasil sinaliza que não reconhecerá um Estado que
desrespeita a ordem democrática.
Diplomatas que acompanham o processo político nas Américas analisam que deverá ser aberta uma via de negociação alternativa para as questões envolvendo as áreas de fronteira do Paraguai com o Brasil, a Argentina e o Uruguai. Suspenso do Mercosul, o Paraguai precisará manter o diálogo com os vizinhos e uma das possibilidades será uma via alternativa.
Os diplomatas avaliam ainda que a suspensão do Paraguai valerá apenas durante o período em que o novo presidente, Federico Franco, estiver no poder, pois haverá somente a reunião de cúpula nos dias 28 e 29, além de mais uma no fim do ano. Em seguida, em abril, serão realizadas eleições presidenciais no Paraguai.
Às vésperas da votação do impeachment do ex-presidente Fernando Lugo até a conclusão do processo, o governo do Brasil insistiu sobre a necessidade de conceder espaço e tempo à defesa. Para as autoridades brasileiras, há suspeitas sobre a forma como o processo foi conduzido, principalmente pelo curto espaço de tempo. Em menos de 24 horas, houve a aprovação do impeachment.
No sábado 23, a presidenta Dilma Rousseff convocou uma reunião para discutir o assunto. Foram chamados os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Celso Amorim (Defesa) e Edison Lobão (Minas e Energia), além do assessor especial para Assuntos Interncionais, Marco Aurélio Garcia.
Ao final, foi emitida uma nota condenando o processo de impeachment de Lugo no Paraguai. Porém, o governo brasileiro esclarece que não pretende impor sanções nem restrições ao país vizinho. Nas ruas de Asssunção, capital paraguaia, os paraguaios temem por eventuais medidas do Brasil contra o país.
Requião quer suspensão do Paraguai do Parlasul
O presidente da Comissão Conjunta do Mercosul, senador Roberto Requião (PMDB-PR), quer a suspensão do Paraguai no Parlasul, Parlamento representado por deputados e senadores do Uruguai, Paraguai, Brasil e Argentina. Na reunião da comissão brasileira, nesta terça-feira 26, às 14h30, o senador colocará em debate o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo e oficializará essa proposta.
Roberto Requião destacou que os liberais não governam o Paraguai há 72 anos e o impeachment de Fernando Lugo abriu espaço para a retomada do poder com a posse do vice-presidente e representante do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), Federico Franco.
"Isso vem de tempo. O que aconteceu não foi tão extraordinário", disse Requião. Na opinião do parlamentar brasileiro, o partido do então vice-presidente já preparava um golpe de Estado e só esperou o momento certo para ter um pretexto.
A comissão conjunta brasileira delibera semanalmente, no Senado, propostas para serem levadas às reuniões do Parlasul. No dia 2 de julho, está agendado um encontro do parlamento, em Montevidéu, sede do Parlasul. Para concretizar sua defesa, Requião terá que contar com o apoio unânime dos integrantes da comissão.
Sintonia Fina
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