Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG) não mostra!
O Sintonia Fina reproduz texto do Conversa Afiada
Os valores éticos da Globo mudaram?
Como se sabe, o jornal O Globo
publicou um comovente editorial em defesa de Roberto Civita, dono da
editora Abril. Em matéria de delírio, o diário carioca da família
Marinho só foi superado pela própria Veja de Civita, que neste fim de
semana conseguiu unir em um mesmo texto aranhas, robôs e comunistas.
Parecia um roteiro de terror B. Já o editorial de O Globo recorria ao
surrado bordão imprensa chapa-branca vs. imprensa livre (livre de quem?)
e tentava ressuscitar um animal extinto, os radicais do PT.
Em resumo: O Globo não viu nada
de grave nas relações de Policarpo Jr., diretor da sucursal de Brasília
de Veja, com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. E afirmou existir uma
“campanha” contra a revista dos Civita.
Outros tempos. Em 2001, a
família Marinho demitiu sem pestanejar o jornalista Ricardo Boechat por
considerar impróprias suas relações com uma fonte.
Boechat era um profissional
celebrado e em ascensão nas Organizações Globo. Editava no jornal uma
coluna de notas políticas e econômicas de muito prestígio e fazia
comentários na tevê do grupo. Grampos atribuídos ao banqueiro Daniel
Dantas, que disputava o controle de duas operadoras de telefonia com os
canadenses da TIW, foram publicados pela Veja (coincidência!!!). Em
alguns deles, Boechat conversa com Paulo Marinho, assessor do empresário
Nelson Tanure, representante dos canadenses na disputa contra Dantas e
dono do Jornal do Brasil.
A reportagem de Veja à época
descreve: “Em um dos diálogos, ocorrido em 15 de abril, Boechat conta a
(Paulo) Marinho os termos da reportagem que está escrevendo para revelar
manobras do Opportunity e que seria publicada no dia seguinte em O
Globo. Pela conversa, fica evidente que a direção do jornal não foi
informada sobre o grau de ligação do jornalista com Nelson Tanure…” E
por aí vai. Neste caso, Veja, ao acusar uma trama para favorecer um dos
lados de uma disputa empresarial, agiu para favorecer o outro, o de
Dantas.
Pelo que se viu até agora e
pelo que se comenta a respeito do que virá, as relações de Policarpo Jr.
com Cachoeira são muito mais profundas do que aquelas entre Boechat e
Tanure. A começar por um fato: Tanure é um empresário controverso,
geralmente odiado por seus funcionários, mas não é um contraventor como
Cachoeira. Desconhece-se, por exemplo, o uso de expedientes sujos
(arapongas, rede de prostituição etc.) por Tanure.
Uma década atrás, O Globo
enxergou um problema ético suficientemente grave para demitir seu
funcionário. Hoje, defende sem um átimo de dúvida, sem aquele saudável
distanciamento de quem não estava presente no exato momento dos fatos,
uma empresa na qual não figura entre os acionistas. Como a família
Marinho pode ter tanta certeza a respeito da lisura do comportamento de
Veja sem ter conhecimento do teor completo dos telefonemas entre
Policarpo Jr. e o bicheiro? Nem sobre os métodos cotidianos da editora?
Sintonia Fina
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