Veja aqui o que o Partido da Imprensa Golpista (PIG) não mostra!
Na década de 1990, dois grupos empresariais
brasileiros despontavam entre os principais grupos de mídia da América
Latina. Depois da Globo, o outro grupo brasileiro era a Abril.
Desde então, a Abril Mídia é uma coleção de fechamentos e venda de empresas
ou participações acionárias. A Abril fechou a gravadora Abril Music, o
site Usina do Som e os canais de TV paga Fiz TV e Idea TV. Vendeu sua
participação na HBO Brasil, na DirecTV Latin America, na ESPN Brasil, no
Eurochannel, na TVA MMDS, na TVA Cabo e no UOL, dentre outras.
Atualmente, a Abril se resume basicamente à editora e sua gráfica, à DGB (holding de distribuição
e logística que é um verdadeiro monopólio nas bancas de jornais), à
Elemídia (que instala monitores informativos em hotéis, elevadores,
aeroportos etc.) e ao canal de TV paga MTV Brasil, além dos sites de
cada um destes veículos. Um grupo de mídia pequeno para o cenário de
convergência que vivemos.
Cabe registrar
que a MTV Brasil (que licencia a marca da Viacom) vive às voltas com o
fantasma dos cortes de gastos e demissão de pessoal. Sua duração no
longo prazo é constantemente posta em dúvida.
Para
piorar, os Civita venderam 30% da Abril (o limite permitido pela
Constituição Federal) aos sul-africanos do Naspers (donos, no Brasil,
do site Buscapé). O Naspers, quando se chamava Die Nasionale Pers, foi o
órgão de imprensa oficioso do povo africâner e porta-voz do apartheid.
Pieter Botha e Frederik de Klerk foram membros do board do Naspers.
Ou seja, a Abril vive hoje do prestígio da revista Veja.
Sem ela, os Civita já teriam virado empresários de porte médio do setor
de comunicações, irrelevantes para o futuro do setor no Brasil. E,
segundo denúncias de Luis Nassif, sabedores dessa situação, os Civita
tratam de inflar de todos os modos as vendas da Veja, inclusive com uma ajuda substancial do governo de São Paulo, que adquire milhares de assinaturas.
Cada
vez mais fracos, mais temerosos do futuro, a tendência é que elevem o
tom de voz na crítica a qualquer regulação das comunicações no Brasil. E
se aproveitem da falta de vontade política do governo para enfrentar o
tema e blefem com um poder político que, se um dia o tiveram, hoje com
certeza já se esvaiu quase todo.
PS.:
como não são bobos e sabem que seu horizonte se estreita, os Civita
resolveram colocar os ovos em outro cesto e passaram a investir em
educação, criando uma outra empresa, sem relações com a Abril Mídia,
chamada Abril Educação.
Quando a Veja for de vez para as calendas, é de educação privada que eles irão viver.
Sintonia Fina
- Blog do Gindre
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