Policiais
vendidos, o governo de Goiás ocupado pelo crime e um senador mimado
pelo bicheiro; nada disso é notícia no maior grupo de comunicação do
País; apenas um registro no G1, uma matéria protocolar em Época e
nenhuma fala no Jornal Nacional; o que aconteceria se os amigos do
bicheiro fossem petistas? É o PIG em ação.
Os
leitores que nos acompanham, à esquerda e à direita, sabem que não
somos os melhores amigos do blogueiro Paulo Henrique Amorim,
responsável pela difusão da expressão PIG – Partido da Imprensa
Golpista. Alguns sabem até que ele nos processará por termos noticiado,
em primeira mão, que o titular do Conversa Afiada irá pagar R$ 30 mil
ao também jornalista Heraldo Pereira, a quem chamou de “negro de alma
branca”.
Filosoficamente, não
nos consideramos parte do PIG nem do que os representantes da “imprensa
golpista” chamam de JEGs – Jornalistas da Esgotosfera Governista. Mas o
fato é que, vez por outra, passamos a crer que o PIG realmente existe.
Quer uma prova? O incrível silêncio das Organizações Globo, maior
grupo de comunicação do País, sobre a Operação Monte Carlo, que prendeu
o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Bom,
de fato, há uma matéria no G1, portal de notícias da Globo. Mas é
preciso ter lupa para encontrá-la. O texto remete para uma reportagem
de Época, com título anódino: “As ligações de Carlinhos Cachoeira com
políticos”. Políticos, como se vê, é uma expressão como outra qualquer.
Poderia ser, por exemplo, baleias. Nenhuma preocupação em dar, no
título da matéria, nome aos bois, indicando o governador Marconi
Perillo, do PSDB, e o senador Demóstenes Torres, do DEM. Será que seria
assim se os amigos do peito do bicheiro fossem representantes da base
governista ou, mais precisamente, do PT?
Temos
nossas dúvidas. Na reportagem de Época, Demóstenes Torres é quase uma
vítima do bicheiro, que o iludiu. "Pensei que ele havia abandonado a
contravenção", disse ele (leia mais aqui).
Marconi Perillo é outra vítima da quadrilha, embora tenha entregue a
segurança pública - repita-se, a SEGURANÇA PÚBLICA - ao maior criminoso
do estado.
O fato é que, em
qualquer lugar do mundo, a descoberta de um esquema onde o maior
mafioso de um estado, explorador de cassinos e caça-níqueis, nomeia os
chefes da segurança pública, monta um esquema de espionagem e
presenteia um senador moralista é notícia. Não dá para ignorar. O que
explica esse comportamento? Será que o PIG existe mesmo?
Aguardemos as próximas aparições de Patrícia Poeta
Sintonia Fina
-Com Texto Livre
Nenhum comentário:
Postar um comentário