Como morreu Baumgarten
Baumgarten |
Amaury Ribeiro Jr.
Ao
assumir em 1986 o cargo de ministro-chefe do Serviço Nacional de
Informação (SNI), a convite do então presidente José Sarney, o general
Ivan de Souza Mendes constatou que dois dos principais quadros da
agência durante o governo João Baptista Figueiredo (1978-1984) – os
coronéis Ary Pereira de Carvalho, o Arizinho, e Ary de Aguiar Freire –
gozavam de uma prolongada mordomia no Exterior que fugia dos protocolos
normais do governo.
Homem de confiança do ex-chefe do SNI, general
Octávio Medeiros, desde 1969, quando o ajudou na operação que resultou
na queda dos militantes de esquerda do Colina (Comando de Libertação
Nacional), em Belo Horizonte, Arizinho se encontrava em Buenos Aires,
onde engordava sua aposentadoria com abono de US$ 6 mil mensais por
serviços de espionagem. A mesma regalia era desfrutada pelo coronel Ary
Aguiar – homem forte de Medeiros na agência central do SNI no Rio de
Janeiro –, lotado em Genebra, na Suíça. “Ficou claro que eles estavam no
Exterior escondidos porque tinham feito algo errado.
Por isso pedi que
retornassem imediatamente”, disse Ivan de Souza Mendes, recentemente, a
um grupo de militares amigos.
A
conclusão do general estava baseada numa coincidência intrigante. Os
dois “Arys” debandaram dias depois de terem sido envolvidos no
assassinato do jornalista Alexandre Von Baumgarten, em outubro de 1982.
Dois dias antes de morrer, o jornalista compôs um dossiê que envolvia
membros do SNI num plano para assassiná-lo. No chamado Dossiê
Baumgarten, os dois oficiais são acusados de terem participado da
reunião em que foi decidida a sua morte.
A
participação dos oficiais do SNI e de qualquer outro suspeito do
assassinato do jornalista nunca foi comprovada. Apontado como principal
testemunha do processo, o bailarino Claudio Werner Polila, o Jiló,
apresentou uma versão fantasiosa alimentada pela imprensa e pela polícia
na época, que acabou tirando o foco principal da investigação. Embora
sofresse de problemas visuais, Polila declarou ter presenciado o
sequestro do jornalista, de sua mulher, Janete Hansen, e do barqueiro
Manoel Valente por ninguém menos que o chefe da Agência Central do SNI, o
general Newton Cruz.
Esse
mistério, no entanto, já havia sido desvendado no 14 de outubro, um dia
depois do desaparecimento do jornalista, por agentes do CIE de Brasília.
Responsável pela análise dos fatos da semana, o então agente no
Distrito Federal, Marival Dias, teve acesso a um informe interno que
caiu como uma bomba na comunidade de informação.
“A notícia interna
dizia que o Doutor César (o coronel José Brant) tinha comandado uma
operação do Garra – braço armado das ações clandestinas do SNI –, que
resultou na morte do Baumgarten”, disse Marival. Os detalhes do
assassinato do jornalista foram passados a Marival pelo cabo Félix
Freire Dias, o mesmo que cortava os ossos dos presos políticos na Casa
de Petrópolis e participou de várias operações de captura e execução com
o Doutor César no CIE.
De acordo
com Marival, o Doutor César recebeu ordens para dar uma dura no
jornalista e recuperar as provas que ele estaria usando para chantagear o
SNI. “Mas, ao chegar no Rio, o Doutor César, oficial nervoso
recém-chegado do CIE, acabou matando o jornalista, o que o obrigou a
eliminar também sua mulher e o barqueiro Manuel.”
Pescaria
– Marival esclarece que, quando a notícia chegou ao CIE, o corpo ainda
não havia aparecido na praia e a imprensa nem especulava sobre o caso.
De fato, o jornalista, que saiu no dia 13 de outubro para uma pescaria
ao lado do barqueiro e da mulher, somente apareceu boiando doze dias
depois na praia da Macumba, no bairro Recreio dos Bandeirantes.
Segundo a
perícia, ele não morrera por afogamento e havia marca de três tiros no
cadáver. Dias depois, outros dois corpos carbonizados, apontados como
sendo de Janete Hansen e do barqueiro, foram localizados em Teresópolis,
mas até hoje não foram identificados pela perícia.
Antigo
colaborador dos serviços de informação do Exército, Baumgarten usava a
revista O Cruzeiro, de sua propriedade, para defender teses favoráveis
ao regime militar. Pelos serviços prestados, conseguiu que o SNI lhe
fornecesse cartas destinadas a empresários nas quais pedia publicidade.
Segundo um amigo do jornalista, que não quis se identificar, ele passou a
usar o mesmo método para angariar fundos para a candidatura de Medeiros
à Presidência da República. “Aí está a chave do crime”, afirma o amigo.
Em seu dossiê, Baumgarten conta que acabou entrando em atrito com o SNI
porque a ajuda do órgão à revista não estava sendo suficiente para
mantê-la.
Emboscada – Nos
órgãos onde trabalhou, Marival sempre atuou nos setores de análise e
informações. Sua tarefa consistia no levantamento sobre prisões e mortes
de presos políticos e no cruzamento de dados fornecidos pelos
interrogados ou pelos chamados “cachorros”, militantes que colaboravam
com a repressão.
Essa função estratégica permitiu, segundo ele,
acompanhar as principais ações do CIE comandadas pelo Doutor César, o
coronel reformado José Brant Teixeira, e pelo Doutor Pablo, o coronel
Paulo Malhães. “Ao contrário do major Sebastião Curió Rodriguez, figura
carimbada que teve uma atuação restrita à Guerrilha do Araguaia, os
doutores César e Pablo circulavam por todo o País e estavam envolvidos
nas principais operações de prisão, execução e ocultação de corpos do
CIE.
No Araguaia, participaram da Operação Limpeza, escondendo os
cadáveres dos guerrilheiros”, disse Marival.
O
ex-agente conta que os dois coronéis ganharam fama dentro dos órgãos de
repressão ao montar uma emboscada em Medianeira, cidade no sudoeste do
Paraná, para atrair, no dia 11 de julho de 1974, um grupo argentino de
militantes de esquerda e guerrilheiros. Comandados pelo ex-sargento
Onofre Pinto, os militantes da VPR fugiram do Chile, acuados pela
repressão no país, e passaram pela Argentina antes de regressarem ao
Brasil. Malhães era ligado ao Dina, o serviço de inteligência chileno, e
ganhou o codinome “Pablo” ao participar do gigantesco interrogatório
seguido de torturas no Estádio Nacional de Santiago, logo após o golpe
militar que derrubou o presidente chileno Salvador Allende.
Segundo
Marival, Malhães montou a emboscada no Paraná com a ajuda da Dina e do
ex-sargento Alberi Vieira dos Santos, da Brigada Militar do Rio Grande
do Sul, o responsável por atrair os militantes para uma área de
guerrilha fictícia na zona rural de Medianeira. De acordo com Marival,
Alberi havia sido preso em 1965, ao comandar uma tentativa de rebelião
contra o regime em Três Passos (RS), e acabou se tornando informante do
CIE infiltrado na VPR.
A chácara usada para a área da falsa guerrilha
foi arranjada pelo então capitão Areski de Assis Pinto Abarca, chefe do
serviço de inteligência do Quartel do Exército de Foz do Iguaçu, que,
após a operação, passou a integrar os quadros do CIE. Comandados pelo
ex-sargento Onofre Pinto, o estudante argentino Enrique Ernesto Ruggia,
18 anos, e os guerrilheiros da VPR Daniel José Carvalho, Joel José de
Carvalho, José Lavéchia, Vitor Carlos Ramos e Gilberto Faria Lima, o
Zorro, foram facilmente dominados pelos agentes do CIE ao chegarem na
chácara de Medianeira.
“Presos,
os irmãos Carvalho, Lavéchia, Vitor, Ruggia e Zorro foram torturados e
executados imediatamente”, conta Marival.
Em seu relato, diz que a vida
do ex-sargento Onofre seria poupada porque, após ter sido torturado, ele
teria aceitado colaborar com o Exército. Mas, ao consultar o implacável
general Miltinho Tavares, chefe do CIE, Doutor Pablo recebeu ordem
contrária. “Temos de acabar com ele para dar o exemplo e inibir a
possibilidade de novas deserções”, teria respondido o general.
Alberi
também teria sido assassinado, como queima de arquivo, em 1977, no
Paraná. Para o secretário Nacional de Direitos Humanos, Nilmário
Miranda, esse episódio pode ter originado o diálogo entre o presidente
Ernesto Giesel, empossado três meses antes da emboscada, e seu
segurança, o tenente-coronel Germano Arnoldi Pedrozzo, revelado pelo
jornalista Elio Gaspari no livro A ditadura derrotada:
“Nessa
hora tem de agir com muita inteligência para não ficar vestígio nessa
coisa”, afirmou Giesel ao comentar a prisão e a morte de um grupo de
sete pessoas, vindas do Chile e da Argentina, capturadas no Paraná.
Comandando
uma rede de informantes do CIE, Doutor César e Doutor Pablo, segundo
Marival, também foram responsáveis pelo planejamento e execução de uma
megaoperação em inúmeros pontos do País para liquidar, a partir de 1973,
os militantes das várias tendências da Ação Popular (AP), movimento de
esquerda ligado à Igreja Católica. Segundo o ex-agente, entre os mortos
estão Fernando Santa Cruz Oliveira, Paulo Stuart Wright, Eduardo Collier
Filho e Honestino Monteiro Guimarães, militantes da Ação Popular
Marxista-Leninista (APML), movimento dissidente da AP. Irmão do
reverendo Jaime Wright, Paulo Stuart foi preso e morto em São Paulo, em
1973. Os demais militantes também tombaram naquele ano e em 1974, no
Rio. Antes de morrer, Honestino disse a amigos que estava sendo caçado
pelos órgãos de informação do Exército em todo o País.
Operação Limpeza
– Narradas por Marival, as histórias dos doutores do CIE parecem não
ter fim. Em 1974, quando trabalhava em São Paulo, ele diz ter visto o
coronel Brant chegar ao DOI-Codi com os dirigentes comunistas José Roman
e David Capistrano, presos quando tentavam regressar ao Brasil pela
fronteira do Uruguai. Segundo ele, ambos foram transferidos para a Casa
de Petrópolis, onde morreram assassinados.
Em
1977, quando servia no Batalhão de Infantaria de Selva, Marival diz ter
deparado novamente com Brant, que se dirigia ao Araguaia numa operação
de controle para evitar a localização dos corpos dos guerrilheiros do
PCdoB. Em 1981, a Operação Limpeza foi reforçada com a transferência de
André Pereira Leite Filho, o Doutor Edgar, oficial do DOI-Codi de São
Paulo, para o CIE de Brasília. Ele integrava a tropa de choque de Aldir
Santos Maciel, que eliminou oito dirigentes do Comitê Central do PCB.
Preocupados
com uma caravana liderada pelo advogado Paulo Fonteles, que se deslocou
para o Araguaia na tentativa de localizar as ossadas de guerrilheiros,
os agentes do CIE montaram uma operação, no início da década de 80, para
amedrontar os moradores que pudessem fornecer informações sobre
possíveis cemitérios clandestinos.
e acordo com o relatório Hugo Abreu,
encontrado entre a papelada do general Bandeira, a Operação Limpeza
começou em janeiro de 1975 com “as transferências dos corpos dos
guerrilheiros enterrados junto às bases militares do Exército para
diversos outros pontos”. Essa política de ocultação de ossadas se
estendeu para outras regiões próximas onde tombaram guerrilheiros de
outras organizações.
Segundo
Marival, em 1980 o Doutor Edgar comandou, por exemplo, uma expedição que
retirou de uma fazenda em Rio Verde, em Goiás, as ossadas de Márcio
Beck Machado e Maria Augusta Thomas, integrantes do Molipo (Movimento de
Libertação Popular), mortos 1973 num confronto com agentes do CIE. De
acordo com o fazendeiro Sebastião Cabral, os corpos enterrados em sua
propriedade foram exumados por três homens em 1980, que deixaram para
trás pequenos ossos e dentes perto das covas.
O cortador de ossos
– Ao ser transferido para o CIE de Brasília, em 1981, Marival foi
trabalhar ao lado de um dos homens mais sádicos da ditadura: o cabo
Félix Freire Dias, cujos codinomes eram “Doutor Magro” e “Doutor Magno”.
As confissões do agente do CIE, famoso por sua atuação na Casa de
Petrópolis, no Rio, contribuíram para que Marival pedisse demissão do
Exército, sem nenhum rendimento, no final do governo João Baptista
Figueiredo (1979-1985). Durante a rotina de trabalho no CIE, Félix
contou a Marival que cortava os corpos das vítimas em Petrópolis. Entre
elas estava o ex-deputado federal Rubens Paiva, preso no dia 20 de
janeiro de 1971, no Rio de Janeiro, por agentes do DOI-Codi.
“O
Doutor Magno sentia um prazer mórbido em me contar que apostava com
outro carcereiro quantos pedaços ia dar o corpo de determinado
prisioneiro executado. As impressões digitais eram as primeiras partes a
serem cortadas”, conta Marival.
O destino daqueles corpos também foi
relatado por Doutor Magno: “Ele me disse que os pedaços dos corpos,
cortados nas juntas, eram colocados em sacos plásticos e enterrados em
lugares diferentes para dificultar a localização.” Segundo Marival, a
frieza e a morbidez de Félix, que começou no DOI-Codi como carcereiro,
lhe valeram uma promoção para a tropa de elite do CIE. Designado para a
Guerrilha do Araguaia, integrou-se à tropa de execução do Doutor
Luquine, codinome do coronel Sebastião Curió Rodriguez.
Do mesmo
esquadrão passou a fazer parte ainda o cabo José Bonifácio Carvalho.
Conhecido até hoje como Doutor Alexandre, Carvalho entrou nas fileiras
do Exército no Pará e chegou ao CIE devido ao seu desempenho nos
primeiros combates no Araguaia. “Os dois faziam todo o tipo de trabalho
sujo para o Curió, que os presenteou com a presidência e a
vice-presidência da Cooperativa de Garimpeiros de Serra Pelada.”
De
acordo com um documento obtido por ISTOÉ, em 1º de março de 1985, às
vésperas da posse de José Sarney, Félix deixou o Exército, aos 36 anos.
No ano seguinte, em 31 de abril, assumiu a vice-presidência da
cooperativa Mista de Garimpeiros de Serra Pelada, cujo presidente era o
Doutor Alexandre. De 1993 a 1995, Doutor Magno trabalhou na Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento). “O Félix andava com um uniforme
da Polícia Federal e junto com o Doutor Alexandre formava a dupla de
Curió que aterrorizava os garimpeiros em Serra Pelada”, afirma Jane
Resende, presidente da União Nacional dos Garimpeiros.
A
história do Doutor Alexandre também é conhecida pelos garimpeiros. Após
o término da Guerrilha, ele foi escalado por Curió para lotear as
terras que deram origem a Curionópolis, cidade cujo atual prefeito é o
próprio Curió. A distribuição de terras fez parte do projeto do Exército
para ocupação do território por agentes do CIE, a fim evitar a
localização dos corpos.
Disposto a
esquecer o passado, o coronel Paulo Malhães, que entrou para o Exército
em 1958, também foi para a reserva no dia 1º de dezembro de 1985, aos
47 anos, no apagar das luzes do regime militar. A mesma preocupação não
teve, porém, seu ex-companheiro José Brant, que até 2001 ocupava um
cargo de assessor especial da atual diretora da Abin, Mariza Diniz. Até
hoje ele está na folha da Agência.
Um homem de decisões corajosas
Nos
últimos 20 anos, Marival Chaves Dias, ex-agente do DOI-Codi, tem tomado
decisões corajosas. Em 1985, com o fim do regime militar, pediu
demissão do Exército, sem vencimentos, depois de 25 anos de serviços
prestados em órgãos de repressão. Em janeiro deste ano, resolveu
finalmente revelar o nome dos militares que executavam presos políticos.
ISTOÉ – Por que o sr. só deixou o Exército após o fim do regime?
Marival Dias – Todos os militares que se insurgiram contra a ditadura, sem exceção, foram mortos.
ISTOÉ – Mas parece que o cabo Anselmo está vivo.
Marival
– Ele se tornou um infiltrado especial, porque até os militares
infiltrados eram eliminados. Era tão sem escrúpulos que delatou a
própria mulher, grávida, morta pela repressão.
ISTOÉ – Por que só agora o sr. resolveu revelar o nome dos matadores que sabem dos cemitérios clandestinos?
Marival
– Para garantir a vida de minha família. Soltei aos poucos para
perceber a reação. Revelei em solidariedade aos que não podem enterrar
seus entes.
ISTOÉ – O sr. sofreu represálias?
Marival
– Numa situação absurda da Justiça, estou perdendo minha casa, único
bem da família, só por ter atrasado em dez dias uma prestação.
ISTOÉ – E o que tem a ver isso com o seu passado?
Marival – O processo foi politizado com a anexação de uma reportagem em que eu falava dos porões do DOI.
ISTOÉ – E não dá para reverter?
Marival
– Está difícil. O autor da ação morreu e o processo não foi extinto.
Minha advogada, Lucineide Caliari, depois de receber os honorários,
perdeu os prazos de defesa no STJ.
Há 40 anos, o golpe militar
João
Goulart tinha origem nas bases sindicais e assustava os militares desde
os tempos em que era ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, nos anos
50. Por isso, só assumiu a Presidência em 1961, depois da renúncia dee
Jânio Quadros, porque aceitou a condição das Forças Armadas: teria seus
poderes reduzidos num parlamentarismo aprovado às pressas pelo
Congresso. No Planalto, Jango anunciou as reformas de base – agrária,
fiscal, administrativa, entre outras.
Em 1964, defendendo uma política
que para os conservadores cheirava a comunismo, já estava entalado na
garganta dos militares. Em 13 de março, assinou sua sentença: na
tentativa de provar que tinha o apoio popular, discursou na Central do
Brasil, no Rio, para cerca de 200 mil pessoas, ao lado do cunhado
esquerdista Leonel Brizola. “As bandeiras vermelhas pedindo a
legalização do PC, as faixas que exigiam a reforma agrária, etc. foram
vistas pela televisão, causando arrepios nos meios conservadores”, diz o
historiador Boris Fausto, no livro História do Brasil.
Foi uma
provocação. Os militares o acusaram de tentar um golpe comunista. Quinze
dias depois, em 31 de março, tropas de Minas Gerais e de São Paulo
marcharam para depor o presidente. Com a derrota inevitável, em 1º de
abril Jango rumou para o exílio no Uruguai. Assumiu o cargo para o
moderado marechal Humberto Castelo Branco – o que não impediu a escalada
da repressão aos opositores nos primeiros anos. Políticos foram
cassados, a União Nacional dos Estudantes entrou na clandestinidade e
universidades foram invadidas no dia seguinte ao golpe. Em 1965, estava
instaurada a ditadura de fato, quando foi instituída a eleição indireta
para a Presidência.
Sintonia Fina - Ines Garçoni
"O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter"
(Cláudio Abramo)
(Cláudio Abramo)
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