O magnífico "xerifão" da USP
Quem acessa o site da USP desde o dia 3 de janeiro dá de cara com esta manchete.
Em
nada surpreende a homenagem, dada a notória afinidade entre o reitor e a
dita revista, tão notória que não me darei ao trabalho de falar sobre.
Ocorre
que dessa vez Veja inovou. Além das mentiras de sempre, a matéria
estampa no título uma caracterização no mínimo inusitada do reitor, que
não podemos deixar passar em branco: “João Grandino Rodas, o xerifão da
USP”.
Xerifão?!
Por
mais fortes que sejam os laços de camaradagem entre o reitor e a
revista Veja, dessa vez a famiglia Civita exagerou. Afinal, trata-se do
reitor da USP. Diz o protocolo que o tratamento a sua magnificência
exige compostura.
Um reitor da
USP, presume-se, deveria ser reconhecido publicamente como “acadêmico”,
“cientista”, “intelectual”, “mestre”… no minimo como “administrador” ou
“dirigente” e pronto, mas nunca com o rótulo de “xerifão”.
É
o suprassumo do ridículo, de fazer Armando Salles de Oliveira
revirar-se no túmulo. E, reparem: nem pra ser só “xerife”. Veja quis
vulgarizar mesmo: é “xerifão”, no aumentativo!
Era
de se esperar, portanto, que Rodas solicitasse da revista Veja no
mínimo um pedido de desculpas. Mas Rodas não o fez. Não só não o fez,
como determinou que a matéria publicada na Veja fosse para o site
institucional da USP!
Ora, não
posso tirar daí outra conclusão senão que o reitor gostou da patente de
“xerifão”. Aliás, não surpreenderia se, tendo sido consultado
previamente, ele próprio tenha sugerido o triste apelido.
Rodas perdeu de vez a noção do ridículo.
Mas,
pensando bem… “acadêmico” e “intelectual” que nada. Afinal, acaso Rodas
foi nomeado reitor por algum mérito acadêmico ou intelectual? Em
verdade, Serra o nomeou reitor justamente porque, para o PSDB, a USP
precisava de um “xerifão”.
Rodas
foi nomeado reitor para ser o “xerifão” da USP. E, examinando de perto
suas atitudes e métodos como reitor, é exatamente isso o que ele está
sendo. Não há nada em sua gestão que o habilite a ser reconhecido como
“acadêmico”, “intelecutal” etc.
Muitíssimo adequada a homenagem!
Sintonia fina - Antônio David
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