Abaixo o salário mínimo !
Saiu na Folha (*), pág, A12, importantíssima entrevista de Persio Arida, um dos arquitetos da Privataria Tucana.
Arida ajudou a criar o Plano Real, e, depois, trabalhou no Governo Cerra/FHC, quando se deu a maior roubalheira numa privatização latino americana.
Arida estabelece na entrevista uma ligação que está por demonstrar-se (se não for apenas uma frase de efeito): o Brasil foi o último país a acabar com a escravidão e, pelo mesmo motivo, o último a acabar com a hiper-inflação.
Porque, segundo ele, há um pacto “anti-liberal entre elites e Governo”, em que os “os mais prejudicados são os pobres”.
É uma tese confortável que pode ser exposta numa Assembléia de acionistas do Banco BTG Pactual – onde trabalha hoje – ou num conclave da Opus Dei.
E ter o mesmo efeito.
Nulo.
É uma pena, porque Arida é um economista brilhante e deveria deixar esse terreno à disposição do Grande Guru FHC, mestre em generalidade com pretensão a descoberta da pólvora.
Arida se recusa a tratar do livro Privataria Tucana, que descreve uma de suas grandes obras; da Operação Satiagraha e Daniel Dantas, seu sócio.
É uma pena.
Seu testemunho poderia ser esclarecedor, nos três itens.
Porém, Arida dá importante contribuição ao pensamento (oposicionista) contemporâneo, já que ele é, queira ou não, um dos pontos de luz que iluminam os tucanos.
Arida é contra o salário mínimo.
Jenial !
Já imaginou, amigo navegante, o Padim Pade Cerra, num comício na Daslu a pregar contra o salário mínimo ?
Será consagrador !
O salário mínimo “é desastroso … tem um efeito prejudicial sobre os custos do trabalho …” ! – disse ele na entrevista.
Jenial !
O salário mínimo prejudica o salário !
Isso lembra o que José Silveira, um lendário secretário do Jornal do Brasil, atribuia ao Dr Roberto Marinho.
Que mandou publicar no Globo um editorial no dia da promulgação do 13º salário: o trabalhador brasileiro saberá rejeitar essa demagogia !
Breve, Arida e o PSDB ficarão contra o salário mínimo – e o 13º salário !
Uns jenios !
Em tempo: ainda sobre a nocividade do salário mínimo, o Sintonia Fina via Conversa Afiada reproduz o implacável Tijolaço do Fernando Brito:
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