
Humberto Costa põe o PT para trabalhar !
Humberto Costa quer apuração sobre denúncias do livro “A privataria tucana”
O líder do PT, Humberto Costa (PE),
defendeu nesta quarta-feira (14/12) que o Ministério Público, a Polícia
Federal e Receita Federal reabram as investigações sobre o processo de
privatização das teles ocorrido no governo FHC. A declaração foi dada
aos jornalistas logo após discurso no plenário do Senado, quando o
parlamentar chamou a atenção para a importância do livro “A privataria
tucana”, que traz documentos oficiais reforçando as suspeitas de fraudes
contra o patrimônio público ocorridas no processo das privatizações no
setor de telecomunicações.
O senador pernambucano destacou a
contundência do material publicado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr,
que traz 112 páginas de documentos oficiais obtidos legalmente durante a
investigação.
“Os documentos são contundentes e
mostram como essas pessoas conseguiram lavar bilhões de dólares em
operações engenhosas e interná-los novamente no Brasil, em negócios de
aparência legal. Os documentos são claros e não deixam sombras de
dúvidas quanto à participação de dirigentes tucanos e familiares do
ex-governador José Serra em negócios escusos, com dinheiro sujo desviado
da venda das estatais de telefonia nos anos 90 pelo governo Fernando
Henrique Cardoso”.
Segundo Humberto Costa, os
documentos falam por si só ao tornar público esquema de lavagem de
dinheiro com a participação de líderes do PSDB e pessoas próximas do
ex-governador José Serra que “conseguiram mandar para fora do país e
trazer para o Brasil dinheiro supostamente proveniente de propinas”,
disse. “O livro vale a leitura e, imagino, será objeto de algumas
providências legais a serem tomadas por procuradores da República. Até
porque muitos dos crimes descritos no livro não prescreveram”, disse ao
destacar as
Para ele, o PSDB precisa entrar no
debate em benefício da sociedade. “Quero dizer que aguardo a
oportunidade de debater as denúncias trazidas em “A Privataria Tucana”
com os nobres colegas do PSDB. Esse vai ser um debate importante a ser
feito em benefício da sociedade brasileira e mostrar a verdadeira
natureza das privatizações realizadas pelo Brasil no final dos anos 90. É
chegada a hora de o Congresso Nacional discutir a fundo uma legislação
mais eficaz contra a lavagem de dinheiro”, afirmou
Diante do sucesso de vendas – as
duas edições esgotaram e há uma lista de encomendas nas livrarias
brasileiras -, na avaliação de Humberto Costa, não restará à mídia
imagino que nesses próximos dias, jornais e revistas devem dedicar
algumas páginas ao livro “A Privataria Tucana”. Até porque, lembrou o
parlamentar, as primeiras denúncias sobre os bastidores das
privatizações surgiram em reportagens da revista Veja e da Folha de
S.Paulo.
Liderança do PT no Senado
Confira a íntegra do discurso de Humberto Costa:
Humberto Costa quer apuração sobre denúncias do livro “A Privataria Tucana”
Senhor presidente, senhoras senadoras, senhores senadores,
Caros ouvintes da Rádio Senado e telespectadores da Tevê Senado,
O Brasil tem uma oportunidade de
revisitar, por esses dias, um dos mais tristes capítulos de sua história
política e econômica: a entrega do patrimônio público durante o
processo de privatização de empresas estatais conduzida pelo governo
Fernando Henrique Cardoso.
Na última sexta-feira, saiu no
mercado editorial nacional o livro “A Privataria Tucana”, do jornalista
Amaury Ribeiro Júnior, premiado repórter investigativo, dono de trinta
prêmios nacionais de jornalismo com passagens por jornais importantes
como O Globo, Correio Braziliense, Jornal do Brasil, Estado de Minas e
pela revista Isto É.
Sei que alguns dos senadores não
tiveram a oportunidade ainda de lê-lo. É que o livro está esgotado. Em
48 horas, vendeu nada menos do que 30 mil exemplares. Uma nova tiragem
chega às livrarias do país até o final desta semana, de acordo com
informações do editor Luiz Fernando Emediato, da Geração Editorial, que
ajudou Amaury a trazer à tona os bastidores da era das privatizações
conduzidas pelo governo Fernando Henrique. O livro também já está sendo
editado em formato eletrônico e pode ser comprado em alguns sites de
livrarias digitais.
O livro, senhoras senadoras e
senhores senadores, traz 112 páginas de documentos oficiais, a maioria
inédita. São documentos obtidos de forma legal por Amaury Ribeiro Júnior
em cartórios, juntas comerciais, na Justiça Federal e paulista,
registros nos Estados Unidos e parte de alguns documentos inclusive da
CPI do Banestado, aberta em 2002 aqui no Senado Federal.
Os documentos falam por si só.
Mostram como alguns dos mais proeminentes líderes do PSDB, e pessoas
próximas do ex-governador José Serra, conseguiram mandar para fora do
país e trazer para o Brasil dinheiro supostamente proveniente de
propinas. São bilhões de dólares. Eu disse isso mesmo: bilhões de
dólares. Isso foi feito de maneira a escapar do Fisco e legalizar
dinheiro de origem ilegal, unicamente com o propósito de enganar as
autoridades brasileiras.
E quem são essas pessoas próximas
de tucanos? Alguns são personagens conhecidos. É o caso do ex-tesoureiro
de campanha de José Serra e do presidente Fernando Henrique Cardoso, o
economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-diretor internacional do Banco
do Brasil, na época das privatizações, ele foi responsável pela
engenharia e montagem do esquema que operou bilhões de dólares durante
as privatizações. Os outros personagens listados no livro “A Privataria
Tucana” são Verônica Allende Serra, filha do ex-governador de São Paulo,
o marido dela, Alexandre Burgeois, e Gregório Marin Preciado, casado
com uma prima de Serra e sócio dele.
Amaury Ribeiro Júnior traz no livro
as provas das fraudes e falcatruas ocorridas nas privatizações. Os
documentos são contundentes e mostram como essas pessoas conseguiram
lavar bilhões de dólares em operações engenhosas e interná-los novamente
no Brasil, em negócios de aparência legal. Os documentos são claros e
não deixam sombras de dúvidas quanto à participação de dirigentes
tucanos e familiares do ex-governador José Serra em negócios escusos,
com dinheiro sujo desviado da venda das estatais de telefonia nos anos
90 pelo governo Fernando Henrique Cardoso.
Vale lembrar que a CPI do Banestado
só foi aberta por conta da publicação de uma reportagem de autoria de
Amaury Ribeiro Júnior e Sônia Filgueiras, publicada pela revista IstoÉ
em 2002, mostrando como a corrupção, o narcotráfico e o crime organizado
estavam mandando dinheiro por intermédio do Banestado para fora do
Brasil.
O livro vale a leitura e, imagino,
será objeto de algumas providências legais a serem tomadas por
procuradores da República. Até porque muitos dos crimes descritos no
livro não prescreveram. E essa será uma oportunidade para mergulharmos
neste submundo da privataria das nossas telefônicas, um termo cunhado
pelo jornalista Elio Gaspari, influente colunista dos jornais O Globo e
Folha de S.Paulo.
O livro mereceu pouca atenção da
mídia, à exceção da revista Carta Capital, que deu capa esta semana para
o lançamento da obra de Amaury Ribeiro Júnior. A reportagem “O
escândalo Serra”, de autoria de Leandro Fortes, traz inclusive alguns
trechos do livro.
Como já entrou na lista dos mais
vendidos, imagino que nesses próximos dias, jornais e revistas devem
dedicar algumas páginas ao livro “A Privataria Tucana”. Até porque
muitas das primeiras denúncias sobre os bastidores das privatizações, e o
livro de Amaury Ribeiro Júnior faz o registro, surgiram em reportagens
da revista Veja e da Folha de S.Paulo.
Antes de encerrar, senhor
presidente, quero parabenizar o jornalista Amaury Ribeiro Júnior e o
editor Luiz Fernando Emediato, pelo belo trabalho realizado, sem dúvida a
mais importante reportagem investigativa deste século 21 no Brasil.
Quero dizer que aguardo a
oportunidade de debater as denúncias trazidas em “A Privataria Tucana”
com os nobres colegas do PSDB. Esse vai ser um debate importante a ser
feito em benefício da sociedade brasileira e mostrar a verdadeira
natureza das privatizações realizadas pelo Brasil no final dos anos 90. É
chegada a hora de o Congresso Nacional discutir a fundo uma legislação
mais eficaz contra a lavagem de dinheiro.
Muito obrigado.
Sintonia Fina - Conversa Afiada
"O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter"
(Cláudio Abramo)
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