No Brasil, este observador detectou
sintomas profundos de uma imprensa que renunciou de vez a missão de ser espelho
da sociedade:
– Potencializou
pequenos escândalos em megaescândalos, resultando na demissão de seis ministros
do governo Dilma Rousseff;
– Criou escândalos
para todos os gostos, como se esses surgissem em pencas, mas não conseguiu seu tento
maior: derrubar quem, por direito, poderia nomear e demitir ministros: a presidenta
da República. E, bem ao contrário, e a contragosto, se viu impelida a divulgar os
mais elevados índices de aprovação de um presidente ao fim de seu primeiro ano de
governo. A verdade é que a aprovação de Dilma superou, em muito, a excelente avaliação
de seu antecessor Lula da Silva;
– Deixou de divulgar
ou minimizou ao máximo todos os escândalos de corrupção existentes no governo do
estado de São Paulo, com uma dúzia de CPIs propostas na Assembleia Legislativa paulista
sendo sumariamente barradas, arquivadas, abortadas;
– Tirou proveito,
de forma mesquinha, quando não extremamente grosseira e desrespeitosa, do anúncio
do ex-presidente Lula da Silva de que se submeteria a tratamento de um câncer na
laringe; e até o apoio subliminar para que Lula se tratasse no SUS foi amplamente
repercutido por colunistas das grandes revistas semanais;
– Minimizou a boa
fase da economia brasileira se comparada à economia mundial, sempre optando (ou
seria torcendo?) para que o País desandasse com decisões econômicas erráticas que
trouxessem à tona o velho flagelo da inflação e os habituais índices de desemprego
em alta, tão comuns nos anos 1980 e 1990;
– Se fez de morta
ante a mais letal denúncia de maracutaias jamais publicada no Brasil, envolvendo
personagens por ela sempre blindados, como o ex-governador paulista José Serra,
o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os seus bem-sucedidos (empresarialmente)
herdeiros, Verônica Serra e Paulo Henrique Cardoso; e tudo isso publicado na forma
de livro – A Privataria Tucana – contendo
dezenas de documentos dos malfeitos com o dinheiro público, escrito pelo jornalista,
ganhador do Prêmio Esso de Jornalismo, Amaury Ribeiro Jr.
Tudo indica que 2011 irá se juntar
a 1968 para ser
Na feliz expressão de Zuenir Ventura
Mais um ano que não terminou.
Sintonia Fina
- Washington Araújo via Limpinho e Cheiroso
"O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter"
(Cláudio Abramo)
(Cláudio Abramo)
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