“Processos
autoritários começam de forma tímida e vão avançando até erigirem as
ditaduras. Este país tem grande experiência nisso. Uma ditadura de
direita foi posta em prática neste país há quase cinqüenta anos e durou
4/10 desse período baseando-se nas seguintes premissas:
1 – A esquerda não podia se manifestar publicamente.
2 – Qualquer preceito ideológico identificado com a esquerda era crime.
3 – Ao se manifestar, o esquerdista deveria ser punido.
4 – A identificação e supressão da difusão de “idéias esquerdistas” seria política de Estado.
5 – O “esquerdismo” seria intrinsecamente mau e seus adeptos, criminosos
Durante
a segunda metade do século passado, em boa parte da América Latina, sob
o pretexto da defesa da “liberdade” grandes meios de comunicação de
massas passaram a só dar espaço para idéias “antiesquerdistas”.
No
processo de criminalização política e ideológica em curso hoje em
várias partes da mesma América Latina, com criação de escândalos na
mídia sempre contra um lado, aquele lado que chegou a ser proibido de
existir durante parte dos últimos cinqüenta anos do século XX,
finalmente surge o ovo da serpente.
Nesta
quarta-feira, um colunista da revista Veja, publicação que pertence a
um ítalo-argentino que se aliou a um grupo de mídia sul-africano que
teve papel preponderante na sustentação do regime do Apartheid na África
do Sul, faz uma proposta inédita: censurar esquerdistas.
A
tese do colunista? “Se você é bom, justo e democrata, não pode ser de
esquerda”. Em seguida, propõe que “os sites dos jornais” e “os portais”
dos grandes meios de comunicação impeçam que “petistas” tenham acesso à
caixa de comentários de leitores em suas matérias.”
Sintonia Fina
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