27 de out. de 2011

Alô, senhores! A banda larga do Brasil é um lixo

Os chefões da internet no Brasil, Antonio Carlos Valente (Telefonica), Carlos Jereissati (Oi), Luca Luciani (TIM) e Carlos Slim (Claro), oferecem uma banda larga de péssima qualidade aos usuários brasileiros; movimento #QualidadeJa chegou aos Trending Topics do Twitter
 
A qualidade da banda larga no Brasil é péssima. Para se ter ideia, uma pesquisa publicada em setembro deste ano mostrou que num ranking de 224 países, o Brasil ocupa o 163° lugar no que diz respeito a velocidade da internet. Com um “ritmo” de 105 Kbps, o País está atrás de nações extremamente pobres como Nigéria, Haiti, Etiópia e Paquistão. Outra pesquisa publicada neste mês diz ainda o que todos os internautas brasileiros já sabem: a internet do País não está preparada para suportar as exigências atuais dos usuários.
 
Revoltados, os consumidores lideraram nesta quarta-feira um movimento virtual impulsionado pelo Instituto de Defesa do Consumidor pela defesa da banda larga no Brasil. Chamada de “tuitaço”, a campanha citou no Twitter a hashtag #QualidadeJa, além de direcionar o perfil da Agência Nacional de Telecomunicações (@brasil_ANATEL) na rede social. Engrossando o coro, as 90 entidades participantes da campanha "Banda Larga é um direito seu!", também do Idec, também participaram. Além do Twitter, os usuários enviaram uma mensagem para a Anatel por meio do site da campanha. Nos últimos 15 dias, foram enviadas aos conselheiros da Agência cerca de sete mil mensagens, segundo o Idec.
 
Nesta quinta-feira, 27, haverá votação de critérios de atendimento, capacidade de rede e variações máximas de velocidade no serviço de acesso à internet pelo Conselho Diretor da Anatel. Como existe uma pressão das empresas prestadoras do serviço de banda larga, o Idec resolveu tomar a frente da ação popular para que os interesses dos consumidores também sejam levados em consideração.
 
Qualidade insatisfatória
 
Uma pesquisa feita pelo Inmetro em junho releva que muitos quesitos das bandas largas brasileiras estão em nível insatisfatório. A principal crítica é em relação à disponibilidade do serviço. Segundo o estudo, a margem tolerável de sete horas para que a rede fique fora do ar foi ultrapassada. A legislação defende que a prestadora desconte no pagamento valor proporcional ao tempo em que estava indisponível.
 
Foi notada também constante perda de dados durante a conexão, problema que causa lentidão, interrupção de fluxo de dados, imagens congeladas e ruídos durante a comunicação. Já a empresa americana Pando Networks divulgou dados que colocavam a velocidade da internet no Brasil como uma das piores do mundo. A taxa de 105 Kbps é inferior a países como Etiópia (112 Kbps) e Haiti (128 Kbps).
 
Mesmo com a má qualidade, um estudo da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), entidade da ONU, mostrou que a internet no País continua sendo a mais cara do mundo. Enquanto por aqui cada Mbps da banda custa cerca de U$60,00, a mesma velocidade na Turquia, por exemplo, custa a metade do preço, e um vietnamita precisa desembolsar apenas U$ 6,00.
 
Sintonia Fina

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