Os
chefões da internet no Brasil, Antonio Carlos Valente (Telefonica),
Carlos Jereissati (Oi), Luca Luciani (TIM) e Carlos Slim (Claro),
oferecem uma banda larga de péssima qualidade aos usuários brasileiros;
movimento #QualidadeJa chegou aos Trending Topics do Twitter
A
qualidade da banda larga no Brasil é péssima. Para se ter ideia, uma
pesquisa publicada em setembro deste ano mostrou que num ranking de 224
países, o Brasil ocupa o 163° lugar no que diz respeito a velocidade da
internet. Com um “ritmo” de 105 Kbps, o País está atrás de nações
extremamente pobres como Nigéria, Haiti, Etiópia e Paquistão. Outra
pesquisa publicada neste mês diz ainda o que todos os internautas
brasileiros já sabem: a internet do País não está preparada para
suportar as exigências atuais dos usuários.
Revoltados,
os consumidores lideraram nesta quarta-feira um movimento virtual
impulsionado pelo Instituto de Defesa do Consumidor pela defesa da banda
larga no Brasil. Chamada de “tuitaço”, a campanha citou no Twitter a
hashtag #QualidadeJa, além de direcionar o perfil da Agência Nacional de
Telecomunicações (@brasil_ANATEL) na rede social. Engrossando o coro,
as 90 entidades participantes da campanha "Banda Larga é um direito
seu!", também do Idec, também participaram. Além do Twitter, os usuários
enviaram uma mensagem para a Anatel por meio do site da campanha. Nos
últimos 15 dias, foram enviadas aos conselheiros da Agência cerca de
sete mil mensagens, segundo o Idec.
Nesta
quinta-feira, 27, haverá votação de critérios de atendimento,
capacidade de rede e variações máximas de velocidade no serviço de
acesso à internet pelo Conselho Diretor da Anatel. Como existe uma
pressão das empresas prestadoras do serviço de banda larga, o Idec
resolveu tomar a frente da ação popular para que os interesses dos
consumidores também sejam levados em consideração.
Qualidade insatisfatória
Uma
pesquisa feita pelo Inmetro em junho releva que muitos quesitos das
bandas largas brasileiras estão em nível insatisfatório. A principal
crítica é em relação à disponibilidade do serviço. Segundo o estudo, a
margem tolerável de sete horas para que a rede fique fora do ar foi
ultrapassada. A legislação defende que a prestadora desconte no
pagamento valor proporcional ao tempo em que estava indisponível.
Foi
notada também constante perda de dados durante a conexão, problema que
causa lentidão, interrupção de fluxo de dados, imagens congeladas e
ruídos durante a comunicação. Já a empresa americana Pando Networks
divulgou dados que colocavam a velocidade da internet no Brasil como uma
das piores do mundo. A taxa de 105 Kbps é inferior a países como
Etiópia (112 Kbps) e Haiti (128 Kbps).
Mesmo
com a má qualidade, um estudo da UNCTAD (Conferência das Nações Unidas
sobre Comércio e Desenvolvimento), entidade da ONU, mostrou que a
internet no País continua sendo a mais cara do mundo. Enquanto por aqui
cada Mbps da banda custa cerca de U$60,00, a mesma velocidade na
Turquia, por exemplo, custa a metade do preço, e um vietnamita precisa
desembolsar apenas U$ 6,00.
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