Rui Martins
Direto da Redação
Berna (Suiça) - No 11 de
setembro de 2001, ainda na CBN, eu comentava ao vivo diante de minha
televisão, aqui em Berna, na Suíça, o ataque às torres gêmeas com
Heródoto Barbeiro, em São Paulo, e Sidney Rezende, no Rio.
Pouco antes, estava terminando
de almoçar e ouvia a rádio francesa Europa 1. Nessa época, ouvir os
noticiários pelo rádio fazia parte da minha rotina diária, para garantir
entradas imediatas na CBN, no caso de acontecimentos políticos,
acidentes, atentados.
Foi assim que ouvi as primeiras
notícias transmitidas num flash, dando conta de que um avião, ao que
parecia desviado da rota, entrara num edifício de Nova Iorque. Logo
depois, o correspondente nos EUA entrou ao vivo e fui correndo ligar a
televisão quando ele anunciou que um outro avião entrara na segunda
Torre Gêmea.
Era algo inacreditável, aquela
fumaça de querosene em dois edifícios simbolos da força americana.
Heródoto, comedido como sempre, não se aventurava a falar em atentado,
queria primeiro esperar a confirmação. Eu e Sidney (não sei se a CBN
guardou a gravação do programa) não tínhamos dúvida. E me lembro ter
afirmado que, fazia alguns dias, um líder islamita prometera atentados
nos EUA. Mas não me vinha o nome completo daquele que acabaria se
tornando o pesadelo dos americanos.
É alguma coisa como Ossuma. E
Sidney Rezendo completou – é Ossuma Ben Laden. Alguns dias depois, a
direção da CBN decidiu que a pronúncia certa seria Ossuma Bin Laden.
De repente, enquanto cada um ia
fazendo seus comentários, ocorreu a queda das torres como numa implosão
de velhos edifícios. E, ali, pronunciei o seguinte comentário, diante do
que me parecia óbvio - « mas pelo visto, além de terem entrado nas
torres com os aviões, eles tinham minado antes os prédios com explosivos
colocados nos andares ».
Nos dias seguintes, fiquei com a
impressão de ter dado um fora, porque nenhuma autoridade americana
falou na hipótese dos explosivos, e me contentei com a versão oficial.
Mas, algum tempo depois, li
alguns depoimentos levantando estranhas hipóteses, pelas quais os
atentados teriam de certa forma sido ajudados, dando-lhes uma dimensão
ainda maior. Ignorei, mesmo porque sei da tendência dos americanos de
verem em tudo um complô ou mentiras, como é a história da ida do homem à
Lua e mesmo do vôo do Gagarin.
Porém, hoje, dez anos depois,
tem muita gente séria levantando dúvidas, geralmente engenheiros que
entendem de resistência de material ao fogo e altas temperaturas. Assim,
dizem que o querosene saído dos aviões queima a uma temperatura de 850
graus centígrados, mas que o metal das torres podia suportar calor de
1.250 graus, antes de fundir.
Como onde tem fumaça, há
certamente fogo, nessa história de complô para derrubar as Torres
Gêmeas, o melhor, para evitar o risco de abuso por esquerdistas ou
antiamericanos, seria esperar surgir alguém não político. Ora,
justamente, existe um, suíço, professor de História na Universidade de
Basiléia. Seu nome Daniele Ganser. Ele diz ter ficado com a pulga atrás
da orelha, três anos depois, em 2004, ao ler o relatório oficial da
Comissão de Inquérito sobre esses atentados.
Depois de ler o calhamaço de
mais de 500 páginas, Ganser não se convenceu, achou falhas, e muitos
argumentos destinados a reforçar os ataques ao Iraque, Afganistão, ao
islamismo e ao Eixo do Mal apontado pelo cristão Bush. Três mil mortos
de um lado, centenas de milhares do outro.
Ganser ficou também
impressionado pelo fato da torre 7, do World Trade Center, a WCT7, não
constar do documento, embora tivesse caído como um castelo de cartas no
fim da tarde do 11 de setembro, e o mais estranho, sem ter sido tocada
pelos aviões.
Esse esquecimento da WTC7 não
foi só do inquérito, muitas pessoas acham terem sido só duas, as Torres
Gêmeas, as que foram ao chão. Se já era estranho as gêmeas terem
desmoronado, mais estranho é o fato de um prédio de 43 andares ruir, sem
ter sido incendiado e sem ter sido atingido por aviões.
Hugo Bachman, professor de
material numa universidade de Zurique acredita que, a maneira pela qual
caíram de maneira imediata todos os andares dos prédios, só tem uma
explicação – a queda dos prédios foi controlada por explosivos, como se
costuma fazer, e se vê na televisão, com os prédios antigos implodidos.
Além disso, o professor de
economia Marc Chesney, da Universidade de Zurique, revela ter havido um
jogo na bolsa de valores, um dia antes dos atentados, envolvendo as
ações das companhias United Airlines e American Airlines, cujos aviões
foram sequestrados, e que representaram milhões ou bilhões de dólares,
coisa nunca investigada.
Parece também terem sido
informados, a tempo, tanto o governo como a CIA, sobre a preparação dos
atentados, por que, então, não foram inteceptados os terroristas antes
de colocarem em prática o aprendido nas escolas de pilotagem ?
Resta a pergunta, no caso desses
indícios provarem ter havido ajuda aos terroristas para completar seus
atentados, sobre quem teria tomado essas iniciativas. Se o objetivo era
provocar guerras, uma coisa ficou provada – a intervenção no Afganistão e
a guerra contra o Iraque beneficiaram amplamente as indústrias de
armamentos, porém tiveram efeito boomerangue.
Os EUA de hoje com crise
econômica e dólares em baixa acabaram sendo também vítimas da guerra
contra o Eixo do Mal, decretada por Bush, pelas enormes despesas
representadas. Serão necessários ainda alguns anos para se saber com
certeza se houve um complô paralelo no 11 de setembro de 2001, cujo
objetivo era criar condições junto à população dos EUA para guerras
contra os islamitas, transformados em representantes do Mal, e poder se
apossar do petróleo do Iraque.
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