Peluso também quer que esqueçam ?
DE BRASÍLIA
O presidente do Supremo
Tribunal Federal, Cezar Peluso, que hoje defende que investigações
contra juízes sejam feitas primeiro pelas corregedorias dos tribunais,
já fez críticas no passado a apurações comandadas por magistrados contra
seus colegas neste âmbito.
Nesta semana, uma ação da AMB
(Associação Brasileira de Magistrados) para reduzir o poder de
investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) colocou Peluso e a
corregedora-nacional de Justiça, Eliana Calmon, em lados opostos.
Para Calmon, o CNJ deve
investigar e punir magistrados que praticam irregularidades. Para
Peluso, esse papel deve ser feito primeiro pelas corregedorias.
CORPORATIVISMO
Em 2005, a mesma AMB havia
questionado a existência do CNJ. À época, Peluso foi o relator do
processo no STF e defendeu o poder de investigação do órgão. Segundo
ele, que agora também preside o conselho, os juízes não realizavam
investigações internas como deveriam.
“É coisa notória que os atuais
instrumentos orgânicos de controle ético-disciplinar dos juízes, porque
praticamente circunscritos às corregedorias [estaduais], não são de todo
eficientes, sobretudo nos graus superiores de jurisdição”, disse Peluso
em 2005.
Ele pediu aos juízes, naquele ano, “grandeza de espírito” para deixar de lado o corporativismo.
A AMB foi ao Supremo para tentar
derrubar a resolução do CNJ que estabelece regras para investigar e
punir magistrados sob suspeita de irregularidades.
A associação considera a atuação do CNJ inconstitucional, porque, segundo a AMB, fere a independência do Poder Judiciário.
Sintonia Fina
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