A
criação do tal "Folhaleaks" evidencia a necessidade que o jornal
paulistano tem de se valer sempre do marketing como sua arma principal.
Também a sua submissão aos modismos - afinal, o sucesso do pioneiro e
revolucionário Wikileaks não pode ser ignorado, embora seja óbvio que as
informações passadas para a Folha serão devidamente usadas em benefício
próprio - como seus "concorrentes", a Folha age muito mais como um
partido político do que como um jornal de verdade.
Há quem diga que a novidade institui o dedodurismo na imprensa nativa, por aceitar denúncias anônimas.
Não
chega a tanto, pois todos sabem que a imprensa brasileira a vida
inteira se valeu do vazamento de informações das mais variadas fontes
para praticar o que intitula, muito inapropriadamente, de "jornalismo
investigativo".
Mas chama a
atenção o fato de a propaganda do tal "Folhaleaks" enfatizar que os
alcaguetas serão bem-vindos, e, por tabela, a divulgação ilegal de
documentos. O texto sobre a novidade tranquiliza as consciências mais
aflitas ao dizer que tudo será checado antes de se tornar notícia.
Puxa, como esse pessoal é bonzinho e responsável!
O
idealizadores do tal "Folhaleaks" certamente aguardam uma enxurrada de
e-mails sobre todas as falcatruas que se fazem por este Brasilzão afora.
E,
como experientes "jornalistas", saberão separar o joio do trigo,
mandando para o lixo aquilo que não lhes interessa e colocando na
estrada a sua legião de farejadores em busca do ideal de produzir um
escândalo por dia, até que o país fique livre de toda a sujeira que se
acumulou desde que o PT assumiu o poder e livrou a administração federal
das penas da tucanagem.
Porque, no fundo, a novidade servirá apenas para isso.
Claro
que tudo será feito em nome do bom jornalismo, da liberdade de
imprensa, da função social dos meios de comunicação etc e tal.
É
impressionante como faz falta ao Brasil uma legislação que estenda aos
jornais a mesma responsabilidade que todos os outros pobres mortais têm.
Sintonia Fina
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