Ophir: ah, que saudades do Faoro !
O Sintonia Fina pega carona com o Conversa Afiada e reproduz texto do blog do Miro e do Balaio do Kotscho
Protesto chique e o fracasso do Cansei
Eles não aprendem e não desistem. Derrotados três vezes nas
eleições presidenciais, os valentes da fina flor paulistana foram de
novo às ruas para protestar “contra tudo o que está aí”. Desta vez, o
álibi foi a Marcha Contra a Corrupção organizada nas redes sociais em
várias regiões do país.
Em São Paulo, apesar dos esforços de alguns blogueiros
histéricos, o protesto fracassou: segundo a Policia Militar, apenas 500
pessoas se animaram a sair de casa neste belo feriado de 7 de setembro
com muito sol para ir à avenida Paulista levantar cartazes contra a
corrupção.
A personalidade mais conhecida identificada pela imprensa foi a
socialite Rosangela Lyra, sogra do jogador Kaká e representante da Dior
no Brasil.
Era a mesma turma chique do “Cansei”, um “movimento cívico”
criado em julho de 2007, para protestar contra o “caos aéreo”, pelo
presidente da OAB paulista, Luís Flávio Borges D´Urso, agora
pré-candidato do PTB de Roberto Jefferson a prefeito de São Paulo, mas
nem ele foi visto hoje na avenida Paulista.
De outro líder do “Cansei”, o executivo Paulo Zotollo,
ex-presidente da Phillips, não se ouviu mais falar. Na época, ele causou
um enorme dano para a imagem da empresa ao declarar em entrevista ao
jornal “Valor”:
“Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que
tanto faz como tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar
chateado”.
O Piauí ainda existe, virou até nome de revista, vai bem, cresce
e seu povo está melhorando de vida, ao contrário do infeliz executivo
que apenas vocalizou o que pensava boa parte da elite paulistana sobre
os nordestinos, quando o presidente do país era o pernambucano Lula.
A direção nacional OAB nacional na época, que ainda não era
dominada por tipos como Ophir Cavalcante (quem?), o novo Álvaro Dias
predileto da mídia, decidiu não participar do movimento e criticou a
sessão paulista da entidade.
O então presidente da OAB-RJ, Wadih Dammus, resumiu do que se
tratava. “O Cansei é um movimento de fundo golpista, estreito e que só
conta com a participação de setores e personalidades das classes sociais
mais abastadas de São Paulo”.
Foi o que se viu no 7 de setembro de protestos na avenida Paulista. São os mesmos. Só mudou o mote.
Em tempo (atualizado às 19h12):
No final da tarde desta quarta-feira, 7 de setembro de 2011, os
números sobre o tamanho das manifestações em São Paulo variavam nos
portais da grande mídia, que ajudaram a promover os protestos na avenida
Paulista.
Segundo a “Veja”, em nova manifestação promovida à tarde, no
mesmo local, havia entre 2 e 4 mil pessoas no protesto, dependendo do
informante e do blogueiro.
No portal da “Folha”, o maior jornal do país, a multidão de
protestantes chegou ao máximo de 700 manifestantes, em seus diferentes
informes ao longo do dia.
Até o final da tarde, segundo o portal do “Estadão”, um dos mais
empenhados promotores das manifestações na avenida Paulista, em nenhum
momento, até as 19 horas, o protesto passou de 500 participantes.
Seja como for, foi bem menos gente do que o registrado na maior
manifestação do fracassado “Cansei”, promovida no dia 17 de agosto de
2007, na praça da Sé, em São Paulo, com o apoio da Febraban (a federação
dos bancos) e da Abert ( a associação das grandes emissoras de
televisão), entre outras mais de 60 entidades da “sociedade civil
organizada”.
Segundo a Polícia Militar, havia 5 mil pessoas naquele dia em
São Paulo protestando contra o “caos aéreo” do governo Lula e outras
mazelas nacionais.
A grande imprensa brasileira, que se uniu para promover o golpe
militar de 1964 e eleger Fernando Collor em 1989, parece ter perdido seu
poder de mobilização. E seus blogueiros, colunistas e editores
amestrados continuam latindo para cada vez menos gente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário