
É
uma ação inadiável, destinada a lançar luz e verdade sobre situações
que precisamos conhecer, até para que jamais se repitam.
Fiz a minha parte, apresentando o pedido de urgência para a votação
no projeto na Câmara. Mas, embora quase todos os líderes tenham
concordado com o pedido, há resistências a que seja feita a votação.
Temem que se forme um “Tribunal de Nuremberg” contra os mandantes e os
agentes daquelas violências. O líder do DEM, Demóstenes Torres, promotor
por profissão, manifesta um descabido critério de apoiar ou não a
Comissão, dependendo de quem a comande, como se uma investigação devesse
ser feita ou não dependendo de quem a presida.
Existem decisões judiciais tomadas em tese: a de que a leia da
Anistia prevalece sobre os tratados internacionais que consideram a
tortura imprescritível. Mas é uma decisão que não teve, diante de si, a
inteireza dos fatos. Se vai se manter, diante deles, é algo que ao
Judiciário pertence avaliar.
Mas há algo, muito mais importante do que isso, em jogo. É o direito
de mães, pais, filhos, amigos, saberem o que se passou com seus entes
queridos. É tirá-los de uma angústia de mais de 30 anos, que em muitos
casos os acompanhou até a morte, sem dar-lhes paz para aceitar a perda e
o sofrimento. É limpar seus corações e permitir que as lágrimas,
finalmente, limpem a dor.
A verdade, toda a verdade, é único caminho da libertação.
Sintonia Fina - Tijolaço
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