1 de ago. de 2011

Petrobras injeta US$224 bilhões no “maior plano de negócios do mundo”

Com Dilma Rousseff no Planalto, a Petrobras dá continuidade ao cronograma de investimentos iniciados em 2003 com o governo Lula. A empresa vai investir US$224 bilhões entre este ano e 2015, constituindo o “maior plano de negócios do mundo”.

A informação foi dada pelo presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, em entrevista publicada ao Valor Econômico. “Esse plano é mais do que o governo norte-americano teve de orçamento em dez anos para levar o homem à lua, mais do que os aliados investiram durante a 2ª Guerra Mundial”, afirmou o executivo.

O Plano de Negócios 2011–2015 prevê a aplicação de 95% dos investimentos [US$213,5 bilhões] nas atividades desenvolvidas no Brasil e 5% (US$11,2 bilhões) nas atividades do exterior, contemplando um total de 688 projetos. Em relação ao total dos investimentos, 57% se refere a projetos já autorizados para execução e implementação.

Para efeito de comparação, o governo do PSDB e DEM (ex-PFL), no segundo mandato de FHC (1999–2002), assegurou à Petrobras investimentos de apenas US$31,2 bilhões. O governo FHC também privatizou parte da empresa, oferecendo cerca de um terço das ações da estatal em bolsas de valores no Exterior.

Com 688 projetos acima de US$25 milhões com maturidades diferentes, o plano mantém o horizonte mais longo até 2020. Muitos dos projetos serão cimentados apenas no fim da década, incluindo o início da produção em grande escala no pré-sal, quando a companhia planeja pular dos atuais 2,1 milhões de barris de petróleo/dia para quase 5 milhões de barris/dia em 2020, dos quais 2 milhões de barris no pré-sal.

Esse processo vai exigir um extraordinário esforço de construção de sondas, plataformas de produção de diversos tipos e barcos de apoio. É também para 2020 que Gabrielli aponta ao defender as novas refinarias, sem as quais, diz ele, “a importação [do país] seria de 40% do mercado. E a Petrobras não é suicida. Não vamos perder 40% do nosso mercado”.

Gabrielli mostra números que justificam o plano que, segundo ele, não teve nenhum atraso, apesar de ter sido apresentado três vezes ao conselho de administração. “É pura intriga. Não tem o vaivém. Estamos falando no maior plano de negócios do mundo. Ninguém vai aprovar sem olhar com cuidado o que está fazendo. O processo de aprofundamento naturalmente tem uma aproximação entre diretoria e conselho de administração, que estão sempre interagindo. Estamos com um plano grande depois de crescer muito.”

O executivo falou também sobre os efeitos, na Petrobras, da política industrial que o governo promete divulgar em breve, lembrando o tamanho da frota de embarcações que a estatal vai ter em 2020. Cita, por exemplo, as encomendas de 65 sondas de perfuração em águas profundas, acima de 2 mil metros de lâmina d’água, quando atualmente a frota mundial é de 70 sondas do tipo.

Segundo Gabrielli, quem tem uma escala desse tamanho pode – e deve – abrir e expandir a indústria nacional. No total, a empresa vai adicionar 658 embarcações de portes e complexidade diversos à frota até 2015. Já em 2020, esse número terá aumentado para 810 embarcações. Sem contar o “potencial gigantesco” de produção no pré-sal e as vantagens trazidas pelo salto na produção “para a companhia desenvolver um parque de fornecedores nacionais”.

Sintonioa Fina - Via Vermelho, com informações da Liderança do PT/Câmara

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