Delfim não é da oposição. Ainda bem !
O neoliberalismo que o FHC importou dos Chicago Boys do Pinochet conseguiu produzir um único pensador brasileiro notável, de curso internacional: a urubóloga.Nenhum neoliberal brasileiro a ela se compara.
Nem o próprio FHC, que, de acordo com a platéia, vacila diante da ortodoxia neoliberal.
A urubóloga é intransigente, inflexível.
O Estado, nunca !
Tem que ficar tão pequeno que seja possível afogá-lo numa banheira, diria, em coro, com aquele ideólogo que inspirava o Ronald Reagan.
Pena que ela não consiga igualar-se a Delfim Netto, que, adormecido, entende mais de Economia do que todos os neoliberais reunidos num jantar no Fasano, inclusive a urubóloga.
E que sorte da Presidenta o Delfim não ser de oposição.
No Valor desta terça feira, sob o titulo “O Estado indutor que precisamos”, Delfim faz advertências ao Governo da Presidenta Dilma que têm mais relevância do que todos as manchetes alarmistas do PiG (*) depositadas na mesma lata de lixo.
Primeiro, ao tratar da China, Delfim enumera as “três autonomias que caracterizam as potências”: a alimentar, a energética e a militar.
(No caso do Brasil, este ansioso blogueiro considera que só falta a bomba atômica – vote no “Não e no Sim” sobre a bomba atômica – para assegurar as três autonomias.)
Vem a primeira advertência do Delfim: “os preços acabam funcionando” e “seus níveis atuais acabarão elevando a oferta mundial de todos os nossos produtos de exportação (principalmente soja e minério de ferro) com consequências sobre eles”.
Segunda advertência: “nosso modelo exportador agromineral induzido será incapaz de garantir empregos de boa qualidade para os 150 milhões de brasileiros que terão entre 15 e 65 anos em 2030. É disso que se trata.”
Delfim conclui enigmaticamente.
Depois de dizer que os trabalhadores e empresários brasileiros precisam de “condições isonômicas para exigir deles capacidade competitiva internacional”, avisa:
“É, parece, o que nos oferecerá em breve a presidente Dilma Rousseff”.
O que será ?
Proteção cambial ?
Seja o que for, Delfim acredita no papel indutor do Estado.
E por isso, talvez, a urubóloga não considere o Delfim um verdadeiro economista.
A recíproca talvez seja verdadeira.
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