Por Max Altman
A colunista Eliane Cantanhêde revela segredinhos da presidenta Dilma Rousseff em sua coluna “Sem paixão” de domingo, 8 de julho. Ninguém sabia, até esta altura, que ela era a confidente de Dilma. Revelar segredos tão importantes, que só se desvelam entre quatro paredes, sem filmagens secretas nem grampos dissimulados, só para os muito íntimos. Não consta que Eliane seja carne e unha da presidenta.
Mas não é nenhum segredo fechado o que desvenda Cantanhêde quando diz que “Dilma trabalha seriamente com a possibilidade de derrota de ... Hugo Chávez na Venezuela, neste ano”. E argumenta: “Com Chávez, há duas questões para além da economia. Ao cercar o câncer de mistério, sua imagem tão forte passa a refletir fragilidade”. Ora, nem tão cercada de mistério está a enfermidade de Chávez, que ele mesmo tornou pública com bastante detalhe, nem sua imagem está enfraquecida.
Fisicamente, o sociólogo argentino Atílio Borón, presente no Foro de São Paulo há pouco levado a cabo em Caracas, num amplo relato afirmou que Chávez demonstrou em seu discurso e manifestações pessoais que carrega suficiente energia para enfrentar os ossos do ofício de presidente e a carga da disputa eleitoral, apesar de o âncora da televisão norte-americana, Dan Rather ter lhe dado há pouco, com base em fontes altamente fidedignas, não mais que dois meses terminais. Já se passaram quatro.
Politicamente, nada mostra que a doença o tenha enfraquecido. Georges Pompidou e François Mitterrand passaram os mandatos escondendo seus cânceres, apenas filtrados por segredinhos da imprensa, e não consta que tenham perdido relevância.
A malícia do segredinho revelado de Cantanhêde se completa na frase “E, pela primeira vez desde 1999, a oposição cerrou fileiras com uma candidatura, a de Henrique Capriles. Chávez passou a conviver com uma novidade: um opositor para valer.”
O grande objetivo da oligarquia, das forças reacionárias, da direita de nosso continente, apoiadas nos grandes meios de comunicação, para os próximos 90 dias, é a derrota de Chávez. Ao crescimento das forças democráticas, populares, progressistas e de esquerda na América Latina e Caribe, a direita e o imperialismo respondem de diversas formas, dentre outras com a agressão sistemática pelo governo de Estados Unidos, a manipulação e criminalização das demandas sociais, para gerar enfrentamentos violentos e uma contra-ofensiva golpista.
O objetivo do império, a longo prazo, é controlar os recursos naturais. Não há outro continente que não a América do Sul a ostentar tantos e tão diversos recursos naturais - petróleo, água, biodiversidade ... - fundamentais para o desenvolvimento energético, industrial e agroalimentar. A contra-ofensiva estratégica de Washington é liquidar com Chávez porque ele é a grande liderança hoje das forças democráticas, progressistas, populares e de esquerda na defesa da soberania, independência e integração das nações latino-americanas e do Caribe.
Ante a iminente possibilidade de derrota eleitoral, a oposição venezuelana, respaldada pelos grandes meios de comunicação locais e internacionais, passou a desatar uma intensa campanha, apelando a todo tipo de recursos, que incluem atos de violência e de desestabilização mas também circunlóquios sibilinos não para defender um resultado altamente improvável – a vitória de Capriles – e sim para contar na hora da verdade com o argumento da denúncia de fraude.
O governo brasileiro, levando em conta os interesses legítimos do Brasil, sua política em favor da integração das nações latino-americanas, na defesa das recentes conquistas das massas de trabalhadores de nossa região, da nossa soberania e independência, está sim interessado – e muito – no resultado eleitoral de 7 de outubro na Venezuela. Para Dilma não “tanto faz como tanto fez”.
Felizmente, a consciência política da grande maioria do povo venezuelano permite prever uma nova, crucial e histórica vitória para as forças progressistas.
Ante a iminente possibilidade de derrota eleitoral, a oposição venezuelana, respaldada pelos grandes meios de comunicação locais e internacionais, passou a desatar uma intensa campanha, apelando a todo tipo de recursos, que incluem atos de violência e de desestabilização mas também circunlóquios sibilinos não para defender um resultado altamente improvável – a vitória de Capriles – e sim para contar na hora da verdade com o argumento da denúncia de fraude.
O governo brasileiro, levando em conta os interesses legítimos do Brasil, sua política em favor da integração das nações latino-americanas, na defesa das recentes conquistas das massas de trabalhadores de nossa região, da nossa soberania e independência, está sim interessado – e muito – no resultado eleitoral de 7 de outubro na Venezuela. Para Dilma não “tanto faz como tanto fez”.
Felizmente, a consciência política da grande maioria do povo venezuelano permite prever uma nova, crucial e histórica vitória para as forças progressistas.
Sintonia Fina
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