O
Sintonia Fina via Conversa Afiada republica post do Eduardo Guimarães, no
Blog da Cidadania:
Haverá ato contra a corrupção
da mídia também no Rio, na Cinelândia, na próxima sexta-feira, dia 16 de
setembro, às 17 horas. Está sendo organizado pelo companheiro Sergio
Telles.
Em São Paulo, a página do ato
do Movimento dos Sem Mídia no Facebook já conta com 1000 confirmações de
presença e mais de 300 adesões na página da Marcia e do Adolfo, que
criaram o ato antes do MSM mas depois se uniram a ele. Aqui no blog,
contabilizei umas 200 pessoas que não têm Facebook e que prometem
comparecer.
No Rio de Janeiro, de ontem
para hoje o ato pulou de 36 adesões para mais de 70 durante a madrugada.
Possivelmente não haverá tempo para fazerem um ato mais denso, mas,
pelo menos, farão alguma coisa.
Para o ato paulista – no Masp,
no próximo sábado, 17 de setembro, às 14 horas – já conseguimos um
carro de som e o MSM fará algumas faixas. Não temos recursos para fazer
muitas, então peço que quem puder faça a sua e leve.
A mídia não deu nem uma
notinha, claro. Mas quem viu os atos recentes do novo Cansei “contra a
corrupção” na avenida Paulista, verá agora um ato contra a corrupção da
mídia e quem tiver cérebro perceberá que a mesma mídia escondeu.
Os discursos e faixas pedirão o
marco regulatório da comunicação e denunciarão que a mídia só noticia
corrupção dos políticos do PT e aliados e ignora a dos governos tucanos
como o de São Paulo. E que, acima de tudo, ignora os corruptores, ou
seja, os que corrompem os políticos.
Estou preparando o manifesto do
Movimento dos Sem Mídia que, como em todos os atos da ONG, será lido na
abertura do evento, para que depois quem quiser faça uso da aparelhagem
de som (potente) que levaremos.
São Paulo e Rio, portanto,
começam reação contra um movimento engendrado, financiado e amplamente
divulgado pela mídia, e que, lendo os leões-de-chácara dessa mídia em
suas colunas e blogs, percebe-se que pretende atingir o governo Dilma e o
legado de Lula.
É preciso reagir. No Rio, uma
empresária “cansada” está convocando um ato genérico “contra a
corrupção” para o próximo dia 20; em São Paulo, os “cansados” locais
querem voltar à avenida Paulista em 12 de outubro; em Florianópolis e em
Recife, outros “cansados” irão à rua no mesmo dia.
Os atos contra a corrupção da
mídia não têm outra fonte de divulgação além deste blog, do facebook e
do Twitter do blogueiro e no boca a boca dos leitores na internet, além
de outros blogs que estão veiculando, enquanto que os atos da mídia saem
em todos os grandes jornais, revistas, tevês, rádios e portais de
internet.
É uma luta desigual? Sim, mas aí é que está o valor da iniciativa.
Para confirmar presença no Facebook no ato contra a corrupção da mídia em São Paulo, clique aqui, e para confirmar presença no ato do Rio, clique aqui
O manifesto do Edu:
O texto a seguir será mantido em evidência neste blog da Cidadania
até sábado, dia 17 de setembro, quando será lido pelo Movimento dos Sem
Mídia durante o Ato Público Contra a Corrupção da Mídia. Se você apóia,
deixe seu comentário. O manifesto será enviado à Frente Parlamentar
pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação com Participação
Popular com os nomes de quem apoiá-lo.
Senhoras e senhores,
Estamos aqui hoje para nos
manifestar contra a corrupção, mas não como aqueles que estiveram neste
mesmo local no último dia 7 de setembro dizendo que se manifestavam pelo
mesmo motivo. O que aquelas pessoas fizeram, na verdade, foi um ato
orquestrado por grandes impérios de comunicação e que teve como objetivo
favorecer partidos políticos.
Antes de prosseguir, é bom
explicar que este Ato Público não pertence a nenhum partido político, a
nenhum sindicato, a nenhum grupo de interesse. Foi convocado pelo
Movimento dos Sem Mídia, que luta pela democratização da comunicação no
Brasil, ou seja, para que essa comunicação não continue na mão de meia
dúzia de famílias.
Quem são esses impérios de
comunicação? São a Globo, os jornais Folha de São Paulo e Estado de São
Paulo e a revista Veja e alguns outros que repetem o que eles dizem.
Esses veículos estimularam a manifestação que ocorreu aqui no Masp no
último dia 7 usando artigo escrito por um jornalista espanhol ligado a
esses empresários de comunicação.
O jornalista espanhol Juan
Arias disse que os brasileiros seriam acomodados com a corrupção porque
não saem às ruas para protestar como no país dele. Escreveu aquilo
apesar de que seu povo está indo às ruas porque a Espanha está em uma
terrível crise econômica, com desemprego nas alturas. Os brasileiros não
fazem o mesmo porque este país está indo muito bem, obrigado.
Os tais impérios de
comunicação, dessa forma, passaram a reproduzir sem parar aquele texto
sem sentido em seus jornais, revistas, rádios, televisões e portais de
internet. Poucas semanas depois, aparecem essas manifestações “contra a
corrupção” como a que aconteceu aqui no Masp no último dia 7 de
setembro.
Naquela manifestação, o que se
viu não foram críticas a toda corrupção, mas a políticos e ao partido
aos quais as famílias Marinho (dona da Globo), Frias (dona da Folha de
São Paulo), Mesquita (dona do Estadão) e Civita (dona da revista Veja)
se opõem há muito tempo, ou seja, ao Partido dos Trabalhadores, ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente Dilma Rousseff.
Não foi por outra razão que
aquela manifestação que ocorreu há cerca de duas semanas aqui neste
mesmo local tinha faixas e cartazes acusando de corrupção o
ex-presidente Lula, o PT e a presidente Dilma e foi acompanhada por
políticos do Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB. Foi um ato
político disfarçado de “marcha contra a corrupção”.
Não há brasileiro que não saiba
que a Globo e os outros veículos já mencionados – e alguns menores que
agem sob sua influência – fazem oposição ao PT e a todos os políticos
deste partido ou a ele aliados. Desde 1989, quando Lula disputou sua
primeira eleição presidencial, que esses impérios de comunicação fazem
isso.
E por que fazem? Porque são
contra a distribuição de renda, contra a melhora de vida do povo mais
pobre e a favor da corrupção, pois todos sabem que quando denunciam
políticos eles são sempre do PT e de partidos aliados e nunca do PSDB e
dos aliados dele. E o que é pior: só denunciam quem se vende, quem se
corrompe, mas nunca quem suborna porque são empresas que anunciam nesses
jornais, revistas, tevês etc.
Durante semanas, esses veículos
martelaram esses atos públicos artificiais que sairiam às ruas no 7 de
setembro. Com publicidade dessa dimensão sendo veiculada sem parar nas
televisões, rádios, jornais, revistas e portais de internet, claro que
inocentes úteis que acharam que estavam se manifestando “contra a
corrupção” foram atraídos e engrossaram as manifestações.
Se quisessem se manifestar
contra a corrupção, os que estiveram aqui no Masp naquele dia também
acusariam o governo de São Paulo, que impede que uma única CPI contra si
seja aprovada na Assembléia Legislativa, onde há mais de cem pedidos de
investigação que não vão para frente porque a imprensa, diferentemente
do que faz contra o PT, não divulga.
E não divulga porque o governo
de São Paulo acaba de gastar NOVE MILHÕES DE REAIS comprando assinaturas
da Folha, do Estadão e da Veja, por exemplo. Dinheiro dos seus
impostos, cidadão, que vai para o bolso desses impérios de comunicação.
Um bom exemplo de escândalos do
PSDB que a mídia esconde está nas obras do Rodoanel, contra as quais
pesam denúncias de superfaturamento. Ou, por exemplo, as obras de
limpeza do rio Tietê, que neste ano transbordou porque o ex-governador
José Serra diminuiu aquelas obras e aumentou gastos em publicidade que
infestou a tevê durante o ano passado, quando o ex-governador disputou a
Presidência da República.
A corrupção da mídia, portanto,
está em ela jamais expor empresas que subornam políticos corruptos
simplesmente porque são suas anunciantes. Assim, atacando só quem se
vende e nunca quem compra políticos, a corrupção no Brasil não diminuirá
nunca.
Há, sim, escândalos e corrupção
nos governos do PT, do PSDB, de todos os partidos. Por isso há que
investigar a todos e não só aos inimigos políticos das famílias Marinho,
Frias, Civita, Mesquita e outros empresários da comunicação que
acobertam políticos amigos e denunciam os políticos inimigos até mesmo
quando não há prova alguma.
Nada a espantar vindo de
impérios de comunicação que ajudaram a implantar e a sustentar a
ditadura militar que manteve este país nas trevas de 1964 a 1985 e que
torturou e assassinou pessoas apenas porque tinham opinião política
diferente.
Ser contra a corrupção é ser
contra quem corrompe e quem é corrompido. É não dar propina ao guarda de
trânsito, é não subornar funcionário público para ele “agilizar” aquele
processo em um órgão público. Não será atacando só os políticos
inimigos e protegendo os amigos que este país reduzirá a corrupção,
portanto.
O Movimento dos Sem Mídia,
assim, é contra TODA a corrupção e não apenas contra a corrupção de
alguns. Por isso, quando você, cidadão, ler ou ouvir esses jornalistas
que se vendem aos patrões dizendo só aquilo que eles querem, acusando só
petistas e aliados e dizendo que não votando neles a corrupção acabará,
não acredite. É tramóia.
Corrupção existe no mundo
inteiro. Em governos de todos os partidos. Há que dificultá-la, mas
nunca se conseguirá acabar com toda ela. Não adianta demonizar a classe
política porque sem políticos não há democracia. Voltaremos à ditadura
militar, a um tempo em que os políticos eram amordaçados por generais
que roubavam sem ter quem contestasse.
Assim sendo, se você quer uma
imprensa que combata toda a corrupção, é preciso que essa imprensa não
fique na mão de meia dúzia. Nos Estados Unidos, por exemplo, um mesmo
empresário não pode ter jornal e televisão na mesma cidade. No Brasil, a
Globo tem tudo – jornal, revista, TV, rádio, portal de internet – em
todas as cidades.
Isso se chama concentração de
propriedade de meios de comunicação. O que se quer, assim, é aprovar
leis que existem em todos os países desenvolvidos e que não permitem que
uma Globo use concessão pública como é um canal de tevê para fazer jogo
político em favor dos partidos e políticos amigos.
Esses impérios de comunicação
acusam quem pede leis para a comunicação de querer “censura”. É mentira.
Ninguém quer que esses impérios não falem o que pensam. Só o que se
quer é que quem pensa diferente da Globo possa ir em suas tevês
contradizer a família que as controla, pois a faixa de onda
eletromagnética que usam é uma concessão do povo.
Isso não é e nem jamais será censura.
MOVIMENTO DOS SEM MÍDIA
São Paulo, 17 de setembro de 2011
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